São Paulo, terça-feira, 29 de setembro de 2009

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

França vai enviar ao Brasil investigação sobre queda de Rafales

Europeus prometeram "transparência" sobre caças que país quer comprar; no Rio, Nelson Jobim criticou a Embraer, que disse que proposta dos suecos é melhor

DA SUCURSAL DO RIO
DA REDAÇÃO

Atendendo a um pedido feito pelo comando da Aeronáutica brasileira na sexta-feira, o governo francês prometeu ontem ser "transparente" e enviar ao Brasil as conclusões da investigação sobre o acidente com dois caças Rafale.
As aeronaves, que caíram na quinta-feira no mar Mediterrâneo, são do mesmo modelo das que estão sendo negociadas com o Brasil, em um contrato que pode chegar a R$ 10 bilhões. Concorrem com o Rafale, da Dassault, o F-18 Super Hornet, da americana Boeing, e o Gripen NG, da sueca Saab.
O porta-voz do ministério da Defesa francês, Laurent Teisseire, disse ontem que, "com o Brasil, que é um sócio essencial, quando chegar a hora e segundo modalidades que, tenho entendido, ainda não foram fixadas, haverá relações de transparência naturais como podem esperar dois países parceiros".
Em um comunicado, o governo francês também confirmou ontem a hipótese de colisão entre as duas aeronaves. Um dos pilotos foi resgatado no dia do acidente e o outro está desaparecido. As buscas foram suspensas anteontem.
A França vem privilegiando a possibilidade de falha humana em detrimento de problemas técnicos para explicar o acidente, procurando assim dar garantias sobre a qualidade do avião e não prejudicar o negócio com o Brasil. Caso concretizada, será a primeira venda do caça para o exterior.
Os Rafale são favoritos na disputa. O presidente Lula já manifestou sua preferência pelos franceses e o ministro da Defesa, Nelson Jobim, já disse que o acidente não influencia na avaliação das aeronaves.
A justificativa é a garantia de transferência de tecnologia dada pela França, considerada essencial pelo Brasil. As empresas concorrentes, no entanto, fazem a mesma promessa.

Embraer
Ontem no Rio, Jobim criticou a defesa feita pela Embraer dos caças Gripen, em reportagem publicada no jornal "Valor Econômico". A empresa brasileira afirmou que a proposta de transferência de tecnologia sueca é melhor do que a oferecida pela outras companhias.
"Não cabe à Embraer ter opinião sobre esse assunto. Cabe ao governo brasileiro. A Embraer não é parte do governo."
A Embraer faz parte do grupo de empresas brasileiras responsáveis pela produção das asas e fuselagens das aeronaves. As empresas foram convidadas pela Copac (Comissão Coordenadora do Programa Aeronave de Combate) da FAB para elaborar um parecer sobre as propostas apresentadas.
Procurada, a Embraer não havia se manifestado até a conclusão desta edição.


Com agência internacionais


Texto Anterior: Governo troca embaixador do Brasil em Washington
Próximo Texto: Defesa de bomba é "ideia própria" do vice, diz Jobim
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.