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INVESTIGAÇÃO
Movimentação, detalhada na ação cível da 4ª Vara da Fazenda Pública de São Paulo, teria sido feita na Suíça
Maluf é acusado de passar US$ 1 mi à filha
LILIAN CHRISTOFOLETTI
DA REPORTAGEM LOCAL
Paulo Maluf (PP) transferiu US$
1,09 milhão para uma conta bancária na Suíça em nome da filha
Lígia Maluf Curi , no período em
que foi prefeito de São Paulo
(1993-1996),
A movimentação, que embasa a
acusação, está detalhada na ação
cível aberta na 4ª Vara da Fazenda
Pública de São Paulo, complica a
situação de Lígia já que, para o
Ministério Público, as contas do
ex-prefeito foram abastecidas
com dinheiro desviado de obras
públicas.
O assessor de imprensa de Maluf, Adilson Laranjeira, contestou
a credibilidade das informações
obtidas pela Folha e disse que o
ex-prefeito "não tem nem nunca
teve" contas no exterior.
Lígia deverá prestar depoimento à Polícia Federal na próxima semana para esclarecer as transferências bancárias e a origem do
dinheiro não declarado no Brasil.
De acordo com as informações
enviadas pela Justiça da Suíça e
que estão no processo, a empresa
White Gold, que pertence ao ex-prefeito, fez cinco transferências
entre 1993 e 1996 para a Linea-Li
Foundation, aberta por Lígia.
O primeiro depósito registrado
é de dezembro de 1993, final do
primeiro ano da gestão de Maluf
na Prefeitura de São Paulo. Da
conta 679230 da White Gold saíram US$ 120 mil para a conta
210642 da Linea-Li.
Em 1995, foram registrados três
transferências para a conta da Lígia, no total de US$ 575 mil.
O último depósito, de US$ 400
mil, foi efetuado em dezembro de
1996, dez dias antes de Maluf
transmitir o cargo para o ex-afilhado Celso Pitta.
No total, o Ministério Público
acredita que a família Maluf movimentou US$ 446 milhões na
Suíça por meio de uma conta
principal e de 27 subcontas. Nada
foi declarado ao Imposto de Renda. Além da Suíça, há registro de
contas em nome dos Maluf na
França, Inglaterra, EUA, na ilha
de Jersey e em Luxemburgo.
Maluf e o filho Flávio (também
apontado como titular de contas
milionárias no exterior) foram indiciados sob a acusação dos seguintes crimes: lavagem de dinheiro, sonegação fiscal, evasão
de divisas, formação de quadrilha
e peculato (apropriação de bem
público por servidor).
Na área cível, Maluf, a mulher,
Sylvia, e os quatro filhos, são réus
em uma ação em que se pede à família que devolva os US$ 446 milhões movimentados no exterior e
ainda pague uma multa equivalente a três vezes esse valor.
Na esfera penal, Maluf foi acusado na Justiça por evasão de divisas. Ele é investigado por suposta
lavagem de dinheiro na Suíça.
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