São Paulo, sexta-feira, 29 de outubro de 2004

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PT e PSDB divergem sobre situação de moradores de rua

DA REPORTAGEM LOCAL

Foram registrados mais de 58 casos de agressão a moradores de rua na cidade de São Paulo nos últimos três anos. Em agosto, o assassinato de sete pessoas entre os dias 19 e 22, no centro da cidade, esquentou o debate sobre as políticas públicas para os moradores de rua na cidade.
Os abrigos e albergues para a população de rua são administrados pela prefeitura. Estudo encomendado pela Secretaria de Assistência Social estima em cerca de 10 mil o número de pessoas que vivem nas ruas de São Paulo, a maioria na região central da cidade. O município conta com 7.500 vagas para atendê-los.
Município e Estado trocaram acusações, à época. De um lado, argumenta-se que o poder de polícia e, portanto, a responsabilidade pela segurança é estadual.
Já Edsom Ortega, coordenador da campanha de José Serra, aponta para o déficit de vagas em abrigos como um dos indicadores da insuficiência da política municipal e, portanto, como uma das causas que tornaram os desabrigados vulneráveis aos ataques. "Temos que nos perguntar porque tantas pessoas são obrigadas a dormir nas ruas, porque não estão em abrigos, onde deveriam estar", diz o tucano.
Aldaíza Sposati, secretária de Assistência Social, diz que é "reducionista" concluir que "para cada morador de rua deve haver uma cama". Ela diz que há uma série de fatores que levam uma pessoa a optar por morar nas ruas e, muitas vezes, os mesmos fatores as fazem rejeitar a ida aos abrigos. A prefeitura não tem poder para obrigar um morador a recorrer aos abrigos, apenas pode tentar convencê-lo a utilizá-los.


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