São Paulo, Segunda-feira, 29 de Novembro de 1999


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PF vai investigar internação

DENISE MADUEÑO
SILVANA DE FREITAS
da Sucursal de Brasília

A Polícia Federal deverá abrir inquérito policial para investigar os fatos que envolveram a internação em Brasília, no fim-de-semana, do deputado cassado José Gerardo de Abreu.
A PF suspeita que a suposta tentativa de suicídio, pela ingestão de medicamentos, tenha sido uma operação armada com a participação do advogado do deputado cassado, Pedro Calmon, e do médico particular acionado por ele, Heverton de Campos Menezes.
A desconfiança da polícia aumentou na tarde de sábado, depois que Menezes sedou Gerardo no momento em que uma junta médica aguardava para fazer avaliação do ex-deputado para dar-lhe alta hospitalar, após quase 24 horas de internação.
O comportamento do médico atrasou a transferência de Gerardo para a sede da Polícia Federal do Distrito Federal. A junta médica foi autorizada pela Justiça, já que Menezes não era encontrado para avaliar o paciente, que já havia recebido alta da UTI (Unidade de Terapia Intensiva).
O prontuário de Gerardo, que reúne todos os procedimentos adotados pelos médicos durante a internação do ex-deputado, está sob custódia do hospital por determinação da Justiça.
No momento da internação, o advogado Calmon entrou na Justiça Federal com um pedido para que a prisão temporária de seu cliente fosse revogada.
Foi anexado ao pedido um laudo de Menezes afirmando que o estado de saúde do ex-deputado, então inconsciente, era extremamente grave. Menezes descreveu um quadro de depressão grave, com tendência ao suicídio, psicose aguda e torpor por intoxicação.
Na madrugada de sábado, o médico apareceu espontaneamente no Hospital Brasília e deu entrevista afirmando que Gerardo estava em coma, corria risco de vida e estava deprimido havia dias, sem se alimentar.
Menezes disse também que havia suspeita de infarto agudo no miocárdio e sugeriu problemas psiquiátricos.
Questionado se havia errado no diagnóstico do paciente, Menezes respondeu: "Isso é muito relativo. O quadro nesses casos de intoxicação muda muito rapidamente".


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