São Paulo, sexta-feira, 29 de novembro de 2002

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PAINEL

Grita liberal
A bancada federal do PL se reuniu ontem e decidiu exigir do PT dois ministérios. A alegação é que a sigla, que apóia Lula desde o primeiro turno, merece mais espaço do que "aliados de última hora", como PSB, PPS e PTB, que terão um cargo de primeiro escalão cada um.

Sede ao pote
A exigência do PL será encaminhada hoje a José Dirceu (PT). Os deputados liberais também querem participar mais ativamente das negociações, hoje concentradas nas mãos de José Alencar e Valdemar Costa Neto.

Caixa-preta
A cúpula do PT prometeu ontem aos parlamentares do partido que todos receberão senhas de acesso ao governo de transição na internet. É uma forma de acalmar os petistas, que reclamam publicamente de que não estão tendo acesso às decisões tomadas por Lula e sua equipe.

Um pé no poder
Com a senha, os petistas poderão acessar os relatórios setoriais da equipe de transição. Além disso, poderão indicar nomes para preencher os cargos de segundo e terceiro escalões.

Interesse argentino
Os convites para a posse de Lula começaram a ser enviados ontem aos chefes de Estado e de organismos internacionais. O primeiro a responder foi Eduardo Duhalde (Argentina), que confirmou presença uma hora após receber a correspondência.

Falta metade
O governo do ES definiu o preço mínimo da venda do banco estadual: R$ 347 mi. Só o Bradesco está interessado no leilão, marcado para 13 de dezembro. O governo de transição capixaba diz que o valor cobre 50% da dívida do banco com a União.

Eterna divisão
Seis deputados federais do PMDB-SP pediram intervenção no diretório estadual, comandado por Orestes Quércia. Alegam que ele usou todo o horário da sigla na TV para beneficiar sua candidatura ao Senado.

Reação de cima
Quércia tem oito dias para se defender. O real motivo do pedido de intervenção seria a tentativa do ex-governador e de Sarney de destituir a cúpula do PMDB, presidido por Michel Temer.

Um passo atrás
Cristovam Buarque (PT), cotado para assumir a Educação, vai recomendar a Lula que não retire mais o ensino superior do controle do MEC (há plano na sigla de transferir as universidades para a Ciência e Tecnologia). Os reitores protestaram contra a separação em carta a Lula.

Teoria e prática
Cristovam pedirá ao presidente eleito que abandone a proposta porque "governo não pode começar tendo que administrar contrariedades". O ex-governador do DF, porém, ironizou a reação dos reitores: "É a primeira vez que se vê um grupo não querer ministério exclusivo".

Torcida organizada
O embaixador em Londres, Celso Amorim, cotado para o Ministério das Relações Exteriores de Lula, tem dois padrinhos de peso: os ex-presidentes José Sarney e Itamar Franco.

Sarau ministerial
A queda-de-braço pelo Ministério da Cultura de Lula envolve apoiadores do poeta Hamilton Pereira (ex-secretário de Cultura do DF e coordenador do programa de governo do setor do PT) e dos atores Antonio Grassi (secretário de Cultura do Rio de Janeiro) e Sérgio Mamberti.

Potencial bélico
O senador José Serra (PSDB-SP) será padrinho do casamento do marqueteiro Nizan Guanaes, que ocorrerá hoje em São Paulo. O tucano dividirá o altar com os desafetos Roseana Sarney (PFL-MA) e ACM (PFL-BA), que também foram convidados para apadrinhar o publicitário.

Visita à Folha
O pianista João Carlos Martins visitou ontem a Folha.

TIROTEIO

Do senador Roberto Freire (PPS-PE), sobre a proibição do comércio de transgênicos no país, tese apoiada por Lula:
- Ser contra seria um mero preconceito obscurantista. Com isso, o novo governo pode condenar o Brasil ao atraso.

CONTRAPONTO

Lobby discreto

O presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, esteve reunido ontem de manhã em um hotel de Brasília com deputados e senadores eleitos do PT.
Um dos temas da reunião era a definição dos critérios que serão utilizados para a escolha dos cargos de segundo e terceiro escalões. Lula queria acalmar os parlamentares, que andam cobrando a indicação de afilhados.
Assim que o presidente eleito chegou ao local, foi cercado por deputados que lhe deram presentes e cartas de eleitores.
No meio da confusão, o deputado Henrique Fontana (PT-RS) entregou um cartaz a Lula. Feito de cartolina, o anúncio tinha mensagens de eleitores gaúchos.
Assistindo à cena, Walter Pinheiro (PT-BA) aproveitou para ironizar o colega:
- Seja mais discreto, Henrique. Sua lista de pedidos de cargos está tão grande que só coube em uma folha de cartolina!


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