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São Paulo, sábado, 29 de novembro de 2003

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PAINEL

Adeus à história
Reunião entre José Dirceu e presidentes de quatro partidos -PT, PTB, PL e PP- sepultou a idéia de incluir na reforma política dois itens historicamente caros ao PT: financiamento público de campanhas e voto em lista nas eleições proporcionais. O PMDB não foi, mas aprovou.

Agenda mínima
A reforma política a ser enviada ao Congresso em 2004 deverá limitar-se a aumentar o prazo de fidelidade partidária para três anos -hoje é de um ano. Aprovada, a mudança entraria em vigor apenas em 2008.

Amarrado ao bote
Se dúvida havia, Lula decidiu manter José Graziano à frente da Segurança Alimentar na reforma ministerial. Avalia que a extinção da pasta ou a troca de titular seria entendida como um reconhecimento de problema sério no Fome Zero.

Desculpem...
Em encontro de parlamentares negros, José Fritsch pretendeu saudar os presentes como "afrodescendentes". Em vão. Nas três tentativas, o ministro da Pesca falou "afrodependentes".

...a nossa falha
Em discurso no porto de Santos, Anderson Adauto cumprimentou a "senhora Dívida Kodama", inspetora da alfândega. A senhora citada pelo ministro dos Transportes chama-se Diva.

Tudo para depois
O anúncio das mudanças ministeriais não é o único que, na tentativa de evitar marola, ficará para depois da votação das reformas. Apenas no início de 2004 a Petrobras definirá o endereço da nova refinaria da empresa, disputada por 11 Estados.

Maratona high-tech
José Viegas está na China, onde assina acordos de cooperação tecnológica. Com o mesmo objetivo, o ministro da Defesa já esteve na Turquia e chega na segunda-feira à Índia.

Aliança tática
Ao menos por ora, Lula e Maurício Corrêa deixaram as desavenças de lado. Estão unidos contra a aprovação da emenda constitucional que cria quatro novos tribunais federais. O projeto chegou à pauta da Câmara, mas foi retirado por ação do Executivo e do Judiciário.

Motivos distintos
A criação dos quatro tribunais regionais federais custaria mais de R$ 1 bilhão. A manutenção, R$ 300 milhões. O governo quer derrubar o projeto para economizar dinheiro. O Judiciário, porque prefere investir em tribunais de primeira instância para dar celeridade aos processos.

Figurino de protesto
A exemplo do que já fizeram médicos e professores, deputados da Frente Parlamentar da Educação Profissional planejam protestar na Câmara na próxima quarta usando capacetes. Reclamam que o Brasil não usa convênio de US$ 250 mi com o BID para criar novos cursos.

Grampo salvador
O ex-governador do Amapá e senador João Capiberibe (PSB) levou na quinta-feira ao TSE fita que comprovaria armação de adversários para cassar seu mandato. Testemunhas teriam admitido que receberam dinheiro para incriminá-lo.

Amigos para sempre
O senador Eduardo Suplicy promove enquete na internet sobre a permanência de sua colega Heloísa Helena no PT. Ontem à noite, 74% dos votantes defendiam que a senadora, mesmo depois de votar contra a reforma da Previdência, fique no partido. 19% pediam expulsão.

Visita à Folha
Márcio Thomaz Bastos, ministro da Justiça, visitou ontem a Folha, onde foi recebido em almoço. Estava acompanhado de Inês Castelo, diretora da Máquina da Notícia.

TIROTEIO

Do líder tucano no Senado, Arthur Virgílio (AM), sobre Lula ter dado indicações de que os ministros Walfrido Mares Guia (Turismo) e Agnelo Queiroz (Esporte) não deverão ser substituídos na reforma:
-Com o presidente confirmando um ministro por dia, a equipe não vai encolher na reforma, vai acabar aumentando.

CONTRAPONTO

Medida de segurança

Na quarta-feira, antes do primeiro turno da votação da reforma da Previdência no Senado, centenas de manifestantes concentravam-se à entrada do Congresso. Servidores aposentados em sua maioria, queriam acompanhar a sessão na galeria.
Senadores da oposição estavam dispostos a facilitar a entrada dos manifestantes. Os parlamentares governistas, no entanto, eram contra a idéia, pois temiam ser hostilizados.
Segundo vice-presidente da Casa, Eduardo Siqueira Campos (TO) esteve à frente da negociação que permitiu a presença de uma centena de pessoas na galeria. Feito o acordo, o tucano tranquilizou os colegas:
-Conversei com os manifestantes. Não há risco de eles jogarem moedas nos senadores.
E completou:
-Até porque, na atual situação, eles não devem ter nenhuma moeda no bolso.


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