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Polêmica sobre biossegurança
se arrasta no Brasil desde 1998
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A polêmica sobre a Lei de Biossegurança se arrasta no Brasil desde 1998, quando a CTNBio (Comissão Técnica Nacional de Biossegurança) finalizou o seu relatório favorável à liberação comercial da soja transgênica produzida
pela Monsanto.
A principal disputa entre os que
defendem a liberação da soja geneticamente modificada e os que
afirmam que ainda não há segurança para fazê-lo gira em torno
da competência do Ministério do
Meio Ambiente de exigir estudos
de impacto ambiental.
O projeto de lei enviado pelo governo para o Congresso em outubro favorece os ambientalistas. O
texto da legislação assegura que
caberá ao Meio Ambiente decidir
sobre a necessidade ou não de estudos de impacto ambiental.
Uma versão prévia do documento, no entanto, favorecia a
facção pró-transgênica, cujo principal representante no governo é
o ministro Roberto Rodrigues
(Agricultura). No texto que foi
abandonado nos últimos dias de
negociações internas no governo,
a CTNBio poderia dispensar o estudo de impacto ambiental do
Meio Ambiente, caso conduzisse
suas próprias análises.
O projeto está sendo analisado,
em regime de urgência, por uma
comissão especial da Câmara dos
Deputados. O relatório do deputado Aldo Rebelo (PC do B-SP)
deve ser apresentado e votado nas
próximas semanas.
Depois dessa fase, o projeto vai
para votação em plenário e, se
aprovado, segue para o Senado. A
idéia dos governistas é vencer a
etapa da Câmara até o final do
ano, mas o atraso em outros projetos considerados prioritários
pode jogar a votação para 2004.
A vitória de última hora da ministra Marina Silva (Meio Ambiente) no conteúdo do projeto
não está assegurada no Congresso. A manifestação contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva
ontem foi, em parte, organizada
pelos deputados ambientalistas.
Eles temem que a bancada ruralista, bastante forte e coesa, consiga reverter os ganhos da ministra.
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