São Paulo, terça-feira, 29 de novembro de 2005

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MEMÓRIA

Membro do Conselho Editorial da Folha desde 1978, dirigiu o "Correio da Manhã", um dos principais diários do país, de 59 a 62

Jornalista Luiz Alberto Bahia morre no Rio

DA SUCURSAL DO RIO

O jornalista Luiz Alberto Bahia morreu na madrugada de ontem, aos 82 anos, no Rio. Ele integrou o Conselho Editorial da Folha desde sua criação, em 1978. Entre 1977 e 1980, foi colunista da página dois do jornal, onde escreveu sobre política nacional e internacional, seus temas preferidos. Entre 1959 e 1962, dirigiu o jornal "Correio da Manhã", então um dos mais importantes do país.
Bahia estava internado havia um mês na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) do hospital Samaritano. Nesse período, sofreu sucessivos derrames, que o deixaram inconsciente. Enfrentou problemas nos pulmões e nos rins e, às 3h30 de ontem, teve falência múltipla dos órgãos.
O corpo de Bahia foi enterrado às 17h35, no cemitério São João Batista (Botafogo, zona sul do Rio). Ao velório e ao sepultamento compareceram cerca de 150 pessoas, entre jornalistas, professores universitários e representantes da Universidade Candido Mendes, do Tribunal de Contas do Município do Rio e do Tribunal de Contas do Estado do Rio.
Bahia foi conselheiro do TCM entre 1980 e 1993, quando se aposentou ao completar 70 anos. Também era conselheiro da Sociedade Brasileira de Instrução, ligada à Candido Mendes.
Embora tenha exercido diversas atividades, ocupando funções públicas e desenvolvendo um original percurso intelectual -em que aproximava catolicismo, espiritismo e marxismo-, ele dizia que o jornalismo era sua "constante".
"Ele foi um jornalista destacado, importante, autor de artigos marcantes e com uma competência muito grande nas análises políticas", disse o presidente da ABI (Associação Brasileira de Imprensa), Maurício Azêdo.
Teve passagens por "O Globo", "Jornal do Brasil" e pela revista "Visão". Chegou à Folha depois de um período de estudos de dois anos na Universidade de Cambridge, na Inglaterra.
Mesmo após deixar de ser colunista, continuou escrevendo artigos para o jornal, em sua maioria publicados na seção Tendências e Debates. No último, de 21 de setembro de 2002, fazia uma análise das eleições presidenciais então em curso e antecipava a polarização entre Lula e Serra, que ocorreria no segundo turno.
Bahia freqüentemente dava sugestões e opiniões à Folha. "Ele sempre foi muito ativo. Nos últimos anos, estava desencantado da política. Preferiu se dedicar mais à família", disse o filho Luiz Henrique. Ele deixa também outro filho, Mário José, a mulher, Maria de Jesus Nunes Bahia, quatro netos e dois bisnetos.


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