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MEMÓRIA
Membro do Conselho Editorial da Folha desde 1978, dirigiu o "Correio da Manhã", um dos principais diários do país, de 59 a 62
Jornalista Luiz Alberto Bahia morre no Rio
DA SUCURSAL DO RIO
O jornalista Luiz Alberto Bahia
morreu na madrugada de ontem,
aos 82 anos, no Rio. Ele integrou o
Conselho Editorial da Folha desde sua criação, em 1978. Entre
1977 e 1980, foi colunista da página dois do jornal, onde escreveu
sobre política nacional e internacional, seus temas preferidos. Entre 1959 e 1962, dirigiu o jornal
"Correio da Manhã", então um
dos mais importantes do país.
Bahia estava internado havia
um mês na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) do hospital Samaritano. Nesse período, sofreu
sucessivos derrames, que o deixaram inconsciente. Enfrentou problemas nos pulmões e nos rins e,
às 3h30 de ontem, teve falência
múltipla dos órgãos.
O corpo de Bahia foi enterrado
às 17h35, no cemitério São João
Batista (Botafogo, zona sul do
Rio). Ao velório e ao sepultamento compareceram cerca de 150
pessoas, entre jornalistas, professores universitários e representantes da Universidade Candido
Mendes, do Tribunal de Contas
do Município do Rio e do Tribunal de Contas do Estado do Rio.
Bahia foi conselheiro do TCM
entre 1980 e 1993, quando se aposentou ao completar 70 anos.
Também era conselheiro da Sociedade Brasileira de Instrução, ligada à Candido Mendes.
Embora tenha exercido diversas
atividades, ocupando funções públicas e desenvolvendo um original percurso intelectual -em que
aproximava catolicismo, espiritismo e marxismo-, ele dizia que o
jornalismo era sua "constante".
"Ele foi um jornalista destacado,
importante, autor de artigos marcantes e com uma competência
muito grande nas análises políticas", disse o presidente da ABI
(Associação Brasileira de Imprensa), Maurício Azêdo.
Teve passagens por "O Globo",
"Jornal do Brasil" e pela revista
"Visão". Chegou à Folha depois
de um período de estudos de dois
anos na Universidade de Cambridge, na Inglaterra.
Mesmo após deixar de ser colunista, continuou escrevendo artigos para o jornal, em sua maioria
publicados na seção Tendências e
Debates. No último, de 21 de setembro de 2002, fazia uma análise
das eleições presidenciais então
em curso e antecipava a polarização entre Lula e Serra, que ocorreria no segundo turno.
Bahia freqüentemente dava sugestões e opiniões à Folha. "Ele
sempre foi muito ativo. Nos últimos anos, estava desencantado
da política. Preferiu se dedicar
mais à família", disse o filho Luiz
Henrique. Ele deixa também outro filho, Mário José, a mulher,
Maria de Jesus Nunes Bahia, quatro netos e dois bisnetos.
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