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PFL se une ao PT contra projeto de Yeda
Deputados do partido, que compõe coligação da tucana, votarão contra pacote que aumenta impostos no Rio Grande do Sul
Empresariado gaúcho faz pressão contra proposta da governadora eleita; projeto precisa de maioria simples da Assembléia para vigorar
LÉO GERCHMANN
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE
O PT e o PFL se uniram no
Rio Grande do Sul para tentar
impedir a aprovação, em votação hoje na Assembléia Legislativa, do pacote fiscal e de cortes
apresentado pelo governo gaúcho a pedido da governadora
eleita, Yeda Crusius (PSDB).
Para tentar derrubar o projeto, os 13 deputados estaduais do
PT vão se juntar a dois do PFL.
Além disso, empresários de todo o Estado devem chegar a
Porto Alegre para protestar
contra o pacote fiscal.
Mesmo fazendo parte do governo eleito (tem o vice de Yeda, o empresário Paulo Afonso
Feijó), o PFL, após uma reunião que durou a tarde inteira,
fechou questão ontem contra o
pacote, alegando princípios básicos do partido contra elevação de alíquotas.
Os outros partidos que compõem a Assembléia gaúcha, fora o PSB e o PC do B (que têm
apenas um deputado cada um e
são contra o pacote), estarão divididos sobre sua aprovação.
O pacote, apresentado pelo
governador Germano Rigotto
(PMDB) a pedido de Yeda, prevê aumento de impostos, congelamento de salários e prorrogação do ""tarifaço" existente
atualmente (que venceria no
próximo dia 31).
Durante todo o dia de ontem,
foi forte a pressão por parte de
empresários e petistas contra o
pacote. Aliados de Yeda faziam
pressão a favor.
Para a aprovação do projeto,
basta metade dos votos mais
um. O governo eleito acredita já
ter os votos de entre 24 e 25 deputados. Caso os 55 estejam
presentes, serão necessários 27
votos. O voto de minerva, caso
seja necessário, seria dado pelo
presidente da Assembléia. No
caso, ele é Fernando Zachia
(PMDB), futuro chefe da Casa
Civil no governo de Yeda.
O PFL terá apenas dois votos
(José Sperotto e Reginaldo Pujol), porque o também pefelista
Marquinho Lang (que, em protesto contra o pacote, renunciou antes de assumir o cargo
de secretário da Justiça e Inclusão Social, que fora convidado
por Yeda a assumir), originariamente suplente, será substituído pelo titular, César Busatto (PPS), favorável ao pacote.
O aumento de impostos contido no projeto levou à renúncia de dois secretários que haviam sido escolhidos. Eles alegaram que se sentiram "desconfortáveis" com o projeto.
Presidentes de federações e
de sindicatos empresariais e de
trabalhadores percorreram os
gabinetes dos deputados durante todo o dia de ontem. Para
hoje, o objetivo dos empresários é reunir cerca de mil pessoas para acompanhar a votação, que se inicia às 10h.
O presidente da Farsul (Federação da Agricultura do Rio
Grande do Sul), Carlos Sperotto, chegou a carregar uma planilha para anotar o posicionamento dos deputados.
O presidente da Federasul
(Federação das Associações
Empresariais do Rio Grande do
Sul), José Paulo Cairoli, diz que
chegarão do interior dezenas
de ônibus com representantes
das ACIs (Associações do Comércio e da Indústria). Haverá
buttons e cartazes com a inscrição ""Chega de imposto".
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