São Paulo, sexta-feira, 29 de dezembro de 2006

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PFL se une ao PT contra projeto de Yeda

Deputados do partido, que compõe coligação da tucana, votarão contra pacote que aumenta impostos no Rio Grande do Sul

Empresariado gaúcho faz pressão contra proposta da governadora eleita; projeto precisa de maioria simples da Assembléia para vigorar

LÉO GERCHMANN
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE

O PT e o PFL se uniram no Rio Grande do Sul para tentar impedir a aprovação, em votação hoje na Assembléia Legislativa, do pacote fiscal e de cortes apresentado pelo governo gaúcho a pedido da governadora eleita, Yeda Crusius (PSDB).
Para tentar derrubar o projeto, os 13 deputados estaduais do PT vão se juntar a dois do PFL. Além disso, empresários de todo o Estado devem chegar a Porto Alegre para protestar contra o pacote fiscal.
Mesmo fazendo parte do governo eleito (tem o vice de Yeda, o empresário Paulo Afonso Feijó), o PFL, após uma reunião que durou a tarde inteira, fechou questão ontem contra o pacote, alegando princípios básicos do partido contra elevação de alíquotas.
Os outros partidos que compõem a Assembléia gaúcha, fora o PSB e o PC do B (que têm apenas um deputado cada um e são contra o pacote), estarão divididos sobre sua aprovação.
O pacote, apresentado pelo governador Germano Rigotto (PMDB) a pedido de Yeda, prevê aumento de impostos, congelamento de salários e prorrogação do ""tarifaço" existente atualmente (que venceria no próximo dia 31).
Durante todo o dia de ontem, foi forte a pressão por parte de empresários e petistas contra o pacote. Aliados de Yeda faziam pressão a favor.
Para a aprovação do projeto, basta metade dos votos mais um. O governo eleito acredita já ter os votos de entre 24 e 25 deputados. Caso os 55 estejam presentes, serão necessários 27 votos. O voto de minerva, caso seja necessário, seria dado pelo presidente da Assembléia. No caso, ele é Fernando Zachia (PMDB), futuro chefe da Casa Civil no governo de Yeda.
O PFL terá apenas dois votos (José Sperotto e Reginaldo Pujol), porque o também pefelista Marquinho Lang (que, em protesto contra o pacote, renunciou antes de assumir o cargo de secretário da Justiça e Inclusão Social, que fora convidado por Yeda a assumir), originariamente suplente, será substituído pelo titular, César Busatto (PPS), favorável ao pacote.
O aumento de impostos contido no projeto levou à renúncia de dois secretários que haviam sido escolhidos. Eles alegaram que se sentiram "desconfortáveis" com o projeto.
Presidentes de federações e de sindicatos empresariais e de trabalhadores percorreram os gabinetes dos deputados durante todo o dia de ontem. Para hoje, o objetivo dos empresários é reunir cerca de mil pessoas para acompanhar a votação, que se inicia às 10h.
O presidente da Farsul (Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul), Carlos Sperotto, chegou a carregar uma planilha para anotar o posicionamento dos deputados.
O presidente da Federasul (Federação das Associações Empresariais do Rio Grande do Sul), José Paulo Cairoli, diz que chegarão do interior dezenas de ônibus com representantes das ACIs (Associações do Comércio e da Indústria). Haverá buttons e cartazes com a inscrição ""Chega de imposto".


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