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Pedro Parente pode assumir comando do BNDES
da Sucursal de Brasília
O secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Pedro Parente,
pode ser nomeado para ocupar a
presidência do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) no próximo mandato do presidente Fernando Henrique Cardoso.
A Folha apurou que sua transferência está sendo analisada por
FHC e pelo ministro Pedro Malan
(Fazenda). Parente chegou a ser
convidado para presidir o Banco
do Brasil no lugar de Paulo César
Ximenes, mas não aceitou.
Sua recusa teve como principal
argumento o fato de que hoje ele já
acompanha o trabalho de saneamento da instituição. Como secretário-executivo do Ministério da
Fazenda, ele preside o conselho de
administração do BB.
A indicação de Parente poderá
fortalecer ainda mais as posições
de Malan. Uma das dificuldades
para a sua transferência, porém, é
a sua substituição no cargo de secretário-executivo. Parente coordenou a proposta de reforma fiscal
e tributária que o governo quer
aprovar no próximo ano.
A presidência do BNDES está vaga desde que o economista André
Lara Resende pediu demissão do
cargo, no fim de novembro.
Com bom trânsito entre os parlamentares, Parente foi encarregado
por FHC de negociar o programa
de ajuste fiscal no Congresso.
Sua situação deverá ser definida
nos próximos dias.
Já está praticamente certo que os
dois principais bancos federais, o
Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal, deverão ficar subordinados ao Ministério da Fazenda
no segundo mandato de FHC.
A Folha apurou que FHC ainda
não escolheu o nome do presidente da CEF. Se depender de Malan, o
atual presidente da instituição,
Sérgio Cutolo, deverá permanecer
no cargo. Tudo depende das negociações políticas.
A presidência da CEF é reivindicada pelo PFL de Pernambuco, que
já indicou Emílio Carrazai para o
cargo. Ele foi secretário-executivo
do Ministério da Fazenda (governo Itamar Franco) e secretário da
Agricultura de Pernambuco (governo Maciel).
Uma das responsáveis pela política de habitação do governo, a
CEF tem hoje em sua diretoria pessoas indicadas por Malan.
²
Aliados
Os partidos aliados estão pressionando para que FHC defina as
nomeações para os cargos de segundo escalão do governo nos primeiros dez dias de janeiro.
Líderes argumentam que as nomeações vão finalizar a distribuição dos cargos entre os partidos da
base governista e sinalizar os votos
favoráveis ao governo nas discussões dos projetos da convocação
extraordinária do Congresso, durante o mês de janeiro.
O governo tem urgência na aprovação da emenda constitucional
que recria a CPMF (Contribuição
Provisória sobre Movimentação
Financeira). Para aprovar a proposta, o governo precisa de três
quintos dos votos da Câmara (308)
e do Senado (48).
O presidente disse que vai demitir os ministros dos partidos que
não votarem a favor dos projetos
do governo. FHC cobrou fidelidade dos aliados, e os partidos querem a conclusão do processo de
distribuição de cargos.
"Queremos participação no segundo, terceiro e quarto escalões.
É claro, respeitando o tamanho
dos partidos", disse o presidente
interino do PPB, deputado Pedro
Corrêa (PE).
Para atender aos aliados, FHC
vai lotear os cargos do segundo escalão, incluindo as presidências e
diretorias dos bancos oficiais e das
estatais. No início do primeiro governo, FHC fez um acordo com a
equipe econômica de que não aceitaria indicações políticas para as
presidências dos bancos, em especial da CEF (Caixa Econômica Federal) e do Banco do Brasil.
O PTB deve ocupar uma diretoria da Caixa para administrar as
verbas de projetos de saneamento
e de habitação. O nome mais cotado é o do atual líder do partido na
Câmara, Paulo Heslander (MG),
que não foi reeleito.
O PSDB do Ceará deverá indicar
o presidente do Banco do Brasil. O
nome mais forte é o do atual presidente do Banco do Nordeste,
Byron Queiroz. Os tucanos do
Ceará estão insatisfeitos com o espaço destinado ao PSDB do Estado
na distribuição dos ministérios.
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