São Paulo, terça, 29 de dezembro de 1998

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Pedro Parente pode assumir comando do BNDES

da Sucursal de Brasília

O secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Pedro Parente, pode ser nomeado para ocupar a presidência do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) no próximo mandato do presidente Fernando Henrique Cardoso.
A Folha apurou que sua transferência está sendo analisada por FHC e pelo ministro Pedro Malan (Fazenda). Parente chegou a ser convidado para presidir o Banco do Brasil no lugar de Paulo César Ximenes, mas não aceitou.
Sua recusa teve como principal argumento o fato de que hoje ele já acompanha o trabalho de saneamento da instituição. Como secretário-executivo do Ministério da Fazenda, ele preside o conselho de administração do BB.
A indicação de Parente poderá fortalecer ainda mais as posições de Malan. Uma das dificuldades para a sua transferência, porém, é a sua substituição no cargo de secretário-executivo. Parente coordenou a proposta de reforma fiscal e tributária que o governo quer aprovar no próximo ano.
A presidência do BNDES está vaga desde que o economista André Lara Resende pediu demissão do cargo, no fim de novembro.
Com bom trânsito entre os parlamentares, Parente foi encarregado por FHC de negociar o programa de ajuste fiscal no Congresso.
Sua situação deverá ser definida nos próximos dias.
Já está praticamente certo que os dois principais bancos federais, o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal, deverão ficar subordinados ao Ministério da Fazenda no segundo mandato de FHC.
A Folha apurou que FHC ainda não escolheu o nome do presidente da CEF. Se depender de Malan, o atual presidente da instituição, Sérgio Cutolo, deverá permanecer no cargo. Tudo depende das negociações políticas.
A presidência da CEF é reivindicada pelo PFL de Pernambuco, que já indicou Emílio Carrazai para o cargo. Ele foi secretário-executivo do Ministério da Fazenda (governo Itamar Franco) e secretário da Agricultura de Pernambuco (governo Maciel).
Uma das responsáveis pela política de habitação do governo, a CEF tem hoje em sua diretoria pessoas indicadas por Malan.
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Aliados

Os partidos aliados estão pressionando para que FHC defina as nomeações para os cargos de segundo escalão do governo nos primeiros dez dias de janeiro.
Líderes argumentam que as nomeações vão finalizar a distribuição dos cargos entre os partidos da base governista e sinalizar os votos favoráveis ao governo nas discussões dos projetos da convocação extraordinária do Congresso, durante o mês de janeiro.
O governo tem urgência na aprovação da emenda constitucional que recria a CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira). Para aprovar a proposta, o governo precisa de três quintos dos votos da Câmara (308) e do Senado (48).
O presidente disse que vai demitir os ministros dos partidos que não votarem a favor dos projetos do governo. FHC cobrou fidelidade dos aliados, e os partidos querem a conclusão do processo de distribuição de cargos.
"Queremos participação no segundo, terceiro e quarto escalões. É claro, respeitando o tamanho dos partidos", disse o presidente interino do PPB, deputado Pedro Corrêa (PE).
Para atender aos aliados, FHC vai lotear os cargos do segundo escalão, incluindo as presidências e diretorias dos bancos oficiais e das estatais. No início do primeiro governo, FHC fez um acordo com a equipe econômica de que não aceitaria indicações políticas para as presidências dos bancos, em especial da CEF (Caixa Econômica Federal) e do Banco do Brasil.
O PTB deve ocupar uma diretoria da Caixa para administrar as verbas de projetos de saneamento e de habitação. O nome mais cotado é o do atual líder do partido na Câmara, Paulo Heslander (MG), que não foi reeleito.
O PSDB do Ceará deverá indicar o presidente do Banco do Brasil. O nome mais forte é o do atual presidente do Banco do Nordeste, Byron Queiroz. Os tucanos do Ceará estão insatisfeitos com o espaço destinado ao PSDB do Estado na distribuição dos ministérios.



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