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Maranhão reclama de exclusão da lista do programa
EDUARDO SCOLESE
DA AGÊNCIA FOLHA
O governador do Maranhão, José Reinaldo Tavares (PFL), telefonou ontem para o ministro José
Graziano (Combate à Fome) para
saber o motivo de o Estado não
ter sido incluído na lista de municípios selecionados para a primeira fase do Fome Zero
Segundo Tavares, Graziano
afirmou a ele que a lista -enviada pelo governo à Pastoral da
Criança, ligada à Igreja Católica, e
divulgada ontem pela Folha-
não é "oficial" nem "verdadeira".
"Eu liguei para o ministro Graziano e ele me disse que essa lista
não é oficial, não é verdadeira. Ele
me disse que essa lista não existe,
e que a lista que eles estão fazendo
é outra, que já tem 1.010 municípios e contém os do Maranhão."
A Agência Folha contatou a assessoria do ministro, mas não
conseguiu ouvir Graziano.
O governador disse que não foi
informado pelo ministro sobre
quais cidades do Estado seriam
beneficiadas. "Eu não estou sabendo. Liguei para cobrar uma
explicação e ver se o Maranhão
realmente não estava nessa lista."
Tavares disse que telefonou a
Graziano pela manhã, assim que
percebeu a ausência de municípios maranhenses na lista dos primeiros beneficiados pelo programa prioritário do PT. O governador é aliado à família Sarney e
apoiou a candidatura Lula.
O governador do Amazonas
-Estado que também não está
na lista-, Eduardo Braga (PPS),
afirmou, por meio de sua assessoria: "Espero que os critérios para a
escolha dos municípios que serão
beneficiados pelo programa sejam os de índices de desenvolvimento humano [IDH] e de Exclusão Social". O governo ainda não
divulgou os critérios de seleção.
Acre e Roraima receberam com
naturalidade o fato de não estarem na lista. "Tinha de ter um critério para lançar o programa, que
seriam os municípios onde há calamidade, por isso ficamos de fora
no primeiro momento. Agora,
são os municípios com ações
emergenciais", disse o secretário
de Planejamento do governo petista do Acre, Gilberto Siqueira,
que atuou na formulação das primeiras diretrizes do Fome Zero.
Para o governador de Roraima,
Flamarion Portela (PSL), a exclusão de alguns Estados faz parte do
processo de implementação do
programa. "O governo adotou
uma postura correta de iniciar seu
projeto de combate à fome pelos
municípios e Estados mais críticos, mas temos certeza de que este
benefício será estendido a todo o
país", disse Portela, convidado recentemente para se filiar ao PT.
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