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Suplicy diz que
comprovante é
desnecessário
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Evitando fazer críticas diretas
ao ministro José Graziano (Segurança Alimentar e Combate à Fome), o senador Eduardo Suplicy
(PT-SP), autor de propostas de
renda mínima, insiste que não deveria haver a vinculação do gasto
das famílias atendidas pelo Fome
Zero com a compra de alimentos.
Suplicy chegou a propor ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva e
a Graziano que em duas cidades,
também do Piauí, fosse implantado um projeto-piloto que não vinculasse os gastos à alimentação
nem exigisse recibo ou nota fiscal.
Depois seria feita uma avaliação
para comparar os resultados.
"Com base nesses dados, o governo poderia verificar até que ponto
a medida foi útil e se valeu a fiscalização", declarou o senador.
Segundo a assessoria do Ministério Extraordinário de Segurança
Alimentar e Combate à Fome, o
ministro achou que a proposta seria inviável e decidiu utilizar apenas o formato que será anunciado
hoje -distribuição de recurso
para a compra de alimentos com
a necessidade de comprovante.
Para Suplicy, o diálogo sobre o
formato do Fome Zero continua.
"Tenho a convicção de que é mais
dignificante não precisar ficar
controlando o gasto de cada família", afirmou o senador em entrevista à Folha por telefone.
De acordo com Suplicy, é preciso que haja mobilização da sociedade no programa, mas isso não
pode significar o controle das famílias beneficiadas.
No final do ano passado, durante a transição de governo, Graziano e Suplicy tiveram divergências
em relação ao formato do Fome
Zero. Enquanto Graziano defendia a vinculação do uso do dinheiro do programa somente com alimentação, Suplicy dizia que as famílias deveriam ter liberdade para escolher em que gastar o dinheiro. Uma nota assinada por
Graziano e Suplicy foi a saída na
época para caracterizar o programa de compra de alimentos como
um primeiro passo de um plano
mais amplo de combate à miséria.
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