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ELEIÇÕES 2004
Pode haver coligação em Curitiba e SP; siglas lançarão declaração conjunta
PMDB e PT devem se aliar só em 2 de 26 capitais no 1º turno
RAYMUNDO COSTA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
PT e PMDB divulgam na próxima semana, provavelmente na
terça-feira, declaração conjunta
com os compromissos programáticos e de ação política das siglas,
juntas desde a escolha de dois
peemedebistas para o ministério.
O documento está sendo discutido pelos presidentes dos partidos, José Genoino (PT-SP) e Michel Temer (PMDB-SP). A relação das siglas na eleição municipal de outubro também será tratada. É de aliança preferencial,
ressalvadas peculiaridades locais.
Levantamentos preliminares do
PT e do PMDB indicam que a coligação entre as legendas, nas eleições, será muito difícil. Há conversas em 15 das 26 capitais em
que há eleição (a exceção é Brasília, que elege o governador do
DF). Há só uma possibilidade
concreta: Curitiba (PR).
O apoio do PMDB ao pré-candidato do PT, Ângelo Vanhoni, é
defendido pelo governador Roberto Requião (PMDB-PR), apesar da restrição de boa parte dos
peemedebistas do Paraná.
Outra possibilidade real, mas
classificada como difícil, é São
Paulo. O PMDB quer compor a
chapa à reeleição de Marta Suplicy com o candidato a vice. A
proposta tem a simpatia do núcleo paulista que integra o governo Lula, mas a candidata prefere
uma chapa puro-sangue.
O ex-governador Orestes Quércia e Temer dizem que sem vice, o
PMDB lança candidato e aceita
conversar em eventual 2º turno. A
Folha apurou, porém, que um
acordo prévio sobre a composição do secretariado da prefeitura
também pode levar os peemedebistas a ficarem com Marta já no
1º turno.
Há conversas ainda em Teresina (PI), Maceió (AL), Florianópolis (SC), João Pessoa (PB), Cuiabá
(MT), Goiânia (GO), Belo Horizonte (MG), Vitória (ES), Natal
(RN), Palmas (TO), Aracaju (SE),
Macapá (AP) e Porto Velho (RO).
O mais provável é que as siglas tenham candidato no 1º turno e negociem apoio no 2º turno.
O que deve ser estabelecido por
PT e PMDB é que as alianças devem obedecer às peculiaridades
locais, sem imposição nacional.
"Teremos um relacionamento
político mais intenso agora", diz
Temer. "Onde der, fazemos aliança, onde não der, vamos em frente, civilizadamente", diz Genoino.
As siglas devem firmar compromisso de não deixar a disputa respingar na gestão federal.
A situação é de "guerra total"
entre PT e PMDB em quatro capitais, nas quais não existe possibilidade de acordo nem no 2º turno:
Porto Alegre (RS) e Recife (PE),
cujas prefeituras são do PT e o Estado, do PMDB; Campo Grande
(MS) onde o prefeito é peemedebista, e o governador, petista; e
Rio Branco (AC), onde as legendas disputam o controle político.
O PT avalia que poderá descolar
o PMDB de aliados tradicionais
como o PFL e o PSDB em capitais
onde não há negociação avançada, mesmo que no 2º turno.
Exemplo: Aracaju, onde o PMDB
está associado ao PSDB.
No PMDB há queixas de que as
conversas com os novos parceiros
giram em torno do PT como cabeça de chapa. Mas em médias e
pequenas cidades, segundo avaliações petistas, em muitos casos
o candidato deve ser peemedebista, como em Juiz de Fora (MG).
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