São Paulo, quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

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PF revê ações e diz que agora vai evitar execração e exageros

Diretor Luiz Fernando Corrêa divulga manual sobre como devem ser operações e afirma que qualidade de provas tem que melhorar

Corrêa defende o uso de algemas por ser "regra de segurança da equipe policial, do custodiado e de terceiro, e vale para todo mundo"

ANDRÉA MICHAEL
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Ao apresentar ontem pela primeira vez publicamente o novo manual de operações da Polícia Federal, o diretor do órgão, delegado Luiz Fernando Corrêa, disse que entre os principais focos dos procedimentos consolidados no documento estão melhorar a qualidade das provas colhidas, para garantir a condenação de criminosos pela Justiça, bem como evitar a "execração pública" de investigados com exposição à mídia.
Questionado sobre possíveis mudanças no uso de algemas em presos e as críticas que teriam sido feitas a tal procedimento pelo presidente Lula, Corrêa respondeu: "O que indignou o presidente não foi o uso de algema, foi a exposição de presos e eventuais exageros que estavam ocorrendo".
As críticas de Lula surgiram após o vazamento de escutas relacionadas à Operação Xeque-Mate, na qual o irmão do presidente Genival Inácio da Silva foi investigado sob suspeita de tráfico de influência.
O uso de algemas, reafirmou Corrêa, "apresenta-se como regra de segurança da equipe policial, do custodiado e de terceiro". E vale para todo mundo.
Quanto à preservação da imagem dos investigados, a recomendação, disse o delegado, será a entrada das viaturas com os presos pelas garagens das superintendências da PF.
A elaboração do manual, que substitui o de 1986, foi feita em 2007, na gestão do antecessor de Corrêa, Paulo Lacerda, que hoje comanda a Abin (Agência Brasileira de Inteligência). Procurado, ele não quis comentar os "eventuais exageros".
Corrêa negou que haverá maior controle na divulgação de dados, diante da indicação, em apresentação de slides, de que operações serão coordenadas pelo "órgão central" da PF.
Entre as novidades destaca-se a criação de um "núcleo de custódia". Formado por policiais, vai atender os advogados dos presos, numa tentativa de diminuir as críticas de que eles têm tido cerceado o acesso a seus clientes pela PF.


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