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PF revê ações e diz que agora vai evitar execração e exageros
Diretor Luiz Fernando Corrêa divulga manual sobre como devem ser operações e afirma que qualidade de provas tem que melhorar
Corrêa defende o uso de algemas por ser "regra de segurança da equipe policial, do custodiado e de terceiro, e vale para todo mundo"
ANDRÉA MICHAEL
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Ao apresentar ontem pela
primeira vez publicamente o
novo manual de operações da
Polícia Federal, o diretor do órgão, delegado Luiz Fernando
Corrêa, disse que entre os principais focos dos procedimentos
consolidados no documento
estão melhorar a qualidade das
provas colhidas, para garantir a
condenação de criminosos pela
Justiça, bem como evitar a
"execração pública" de investigados com exposição à mídia.
Questionado sobre possíveis
mudanças no uso de algemas
em presos e as críticas que teriam sido feitas a tal procedimento pelo presidente Lula,
Corrêa respondeu: "O que indignou o presidente não foi o
uso de algema, foi a exposição
de presos e eventuais exageros
que estavam ocorrendo".
As críticas de Lula surgiram
após o vazamento de escutas
relacionadas à Operação Xeque-Mate, na qual o irmão do
presidente Genival Inácio da
Silva foi investigado sob suspeita de tráfico de influência.
O uso de algemas, reafirmou
Corrêa, "apresenta-se como regra de segurança da equipe policial, do custodiado e de terceiro". E vale para todo mundo.
Quanto à preservação da
imagem dos investigados, a recomendação, disse o delegado,
será a entrada das viaturas com
os presos pelas garagens das superintendências da PF.
A elaboração do manual, que
substitui o de 1986, foi feita em
2007, na gestão do antecessor
de Corrêa, Paulo Lacerda, que
hoje comanda a Abin (Agência
Brasileira de Inteligência). Procurado, ele não quis comentar
os "eventuais exageros".
Corrêa negou que haverá
maior controle na divulgação
de dados, diante da indicação,
em apresentação de slides, de
que operações serão coordenadas pelo "órgão central" da PF.
Entre as novidades destaca-se a criação de um "núcleo de
custódia". Formado por policiais, vai atender os advogados
dos presos, numa tentativa de
diminuir as críticas de que eles
têm tido cerceado o acesso a
seus clientes pela PF.
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