São Paulo, sábado, 30 de março de 2002

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RUMO ÀS ELEIÇÕES

Ala contra projeto presidencial é minoritária, diz governador

Garotinho admite pressão do PSB, mas diz que é candidato

Beto Novaes/"Estado de Minas"
Anthony Garotinho participa de ato evangélico em comemoração da Semana Santa, em Belo Horizonte, que reuniu 150 mil pessoas


PAULO PEIXOTO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE

O governador do Rio, Anthony Garotinho (PSB), reconheceu ontem existir "um grupo minoritário dentro do PSB" que tenta fazer com que ele desista de disputar a Presidência da República. Ele classificou esse movimento de "sincero", mas portador de uma preocupação "sem fundamento". Por isso, disse que irá para a disputa presidencial.
Além desse grupo, Garotinho identifica outra frente interessada na sua desistência: o PSDB, do pré-candidato José Serra. "São posições semelhantes com objetivos diferentes", disse.
Parte da Executiva Nacional do PSB quer que ele desista porque os diretórios regionais estariam preocupados em eleger um grande número de deputados, o que seria mais difícil com a manutenção da "verticalização" imposta pela Justiça Eleitoral.
Nesse caso, Garotinho disputaria a reeleição e o PSB apoiaria o virtual candidato do PT, Luiz Inácio Lula da Silva -hipótese que o governador fluminense rechaça- ou se privaria de uma aliança na disputa presidencial, ficando os diretórios estaduais livres para fazerem alianças de acordo com as conveniências regionais.
"Em primeiro lugar, quero deixar claro que esse é um grupo minoritário dentro do PSB, muito pequeno mesmo. Em segundo, passaria pela cabeça de qualquer pessoa que entenda razoavelmente de política que o segundo colocado nas pesquisas retire a sua candidatura?", disse ele.
Garotinho afirmou que "compreende" a preocupação dessas pessoas, mas que a argumentação delas "não tem fundamento".
"Estão equivocados, porque ter um candidato a presidente possibilita ao partido ter até mais deputados, por causa do voto de legenda. A lógica é inversa."
Ele afirmou que "em um momento desse, recuar de uma candidatura à Presidência da República seria bom para os adversários políticos". Citou o PSDB.
"Eu vejo dois movimentos claros: um é o movimento sincero dos companheiros do PSB, mas há também um movimento orquestrado pelo PSDB para forçar a retirada da minha candidatura para se estabelecer aquilo que eles chamam de polarização ideal, boa para o governo, que tem a consciência de que o Lula no segundo turno é um candidato muito mais fácil de ser batido do que eu."
Garotinho disse que o PSB tem pré-candidatos em 16 Estados e que esse contingente, aliado à candidatura presidencial própria, resultará em sucesso eleitoral.

Sermão da Montanha
Ontem, antes de se reunir com integrantes do PSB de Minas Gerais, Garotinho participou do "Sermão da Montanha", um ato evangélico que teve a participação de cerca de 150 mil pessoas, que rezaram e cantaram pela paz, tema da celebração da Sexta-Feira Santa deste ano, na praça do Papa, na zona sul de Belo Horizonte.
A participação de Garotinho, que permaneceu por 45 minutos no ato, limitou-se a uma oração pela paz e à apresentação ao público de uma das cantoras evangélicas presentes no evento.
Na última terça-feira, Garotinho conversou, por telefone, com o ex-ministro Roberto Brant (PFL-MG), mas negou que esteja negociando apoio dos pefelistas, caso a governadora Roseana Sarney (PFL-MA) desista da disputa pelo Planalto.
O contato foi intermediado pelo deputado estadual João Leite, pré-candidato do PSB ao governo de Minas Gerais.



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