São Paulo, quarta-feira, 30 de março de 2005

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CONTEMPLAÇÃO

Restauração custou R$ 716 mil, mas acervo não ganhou mais publicações

Biblioteca é reaberta sem livros novos

JULIA DUAILIBI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Num momento em que o governo discute o aumento dos gastos públicos, o Palácio do Planalto consumiu R$ 716 mil para reformar a biblioteca da Presidência da República. Não houve nada destinado para a compra de novos livros.
A biblioteca, localizada em um anexo do palácio, passava por uma reforma desde dezembro. A primeira-dama Marisa Letícia foi à inauguração.
Ganhou novo piso e teto, sistema de prevenção a incêndio e espaço físico "reorganizado". Só com a aquisição de mobiliário foram gastos R$ 319.348.
O acervo, no entanto, continuou o mesmo. "A idéia não é comprar [livros]. Nunca esteve no nosso plano comprar livro neste momento. A idéia foi a recuperação das instalações, do espaço físico e das condições de utilização da biblioteca", afirmou Swedenberger Barbosa, secretário-executivo da Casa Civil.
Há hoje no espaço 33 mil volumes. Desses, 19 mil são livros. O Planalto diz que a biblioteca é especializada em Legislação, direito administrativo e constitucional e ciência política.
Uma consulta mostra quão eclética é a biblioteca. Há, por exemplo, dois livros de Paulo Coelho ("As Valkírias" e "O Alquimista") e nenhum do poeta português Fernando Pessoa.
Há duas biografias de Lula e 30 obras do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.
Barbosa disse que o investimento em livros será analisado. Sobre os gastos, afirmou: "Gastamos e vamos gastar mais. O problema do dinheiro público é que deve ser bem gasto e bem explicado". O local é aberto ao público, mediante cadastro.


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