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Fazendeiro diz que madeireiro pagou
delegado para obter proteção policial
THIAGO REIS
DA AGÊNCIA FOLHA
O fazendeiro Vitalmiro Bastos
de Moura, o Bida, acusado de ser
o mandante do assassinato da
missionária Dorothy Stang, afirmou, em depoimento à Polícia
Federal, que escreveu um bilhete
no qual denuncia o madeireiro
Luiz Ungaratti de ter pagado um
delegado da Polícia Civil para que
lhe desse proteção.
O delegado da PF Ualame Machado confirmou a existência do
bilhete, entregue a Amair Feijoli
da Cunha, o Tato, acusado de ser
o intermediário do crime.
Segundo o delegado, o bilhete
diz para Tato falar a verdade e
contar que a autoridade recebeu o
pagamento, de cerca de R$ 10 mil.
Machado disse que não foi citado o nome do delegado que teria
recebido o dinheiro.
A existência do bilhete era mantida em sigilo. A divulgação da informação, segundo ele, foi feita
pelo promotor estadual Sávio
Brabo, do Grupo Especial de Prevenção e Repressão às Organizações Criminosas do Estado, que
acompanhou o depoimento.
Para o delegado-geral da Polícia
Civil do Pará, Luiz Fernandes Rocha, o bilhete foi plantado. "Há
uma campanha de querer desmoralizar o trabalho em tempo recorde e sem defeito nenhum, que
foi feito pela Polícia Civil."
Ungaratti disse que não conhece Bida, "apesar de trabalhar há
anos em Anapu" e nem a missionária assassinada. Negou também ter feito a negociata descrita
no bilhete: "De jeito nenhum,
nunca nem vi o Bida. Nunca conversei com ele. É mentira. Deus
me livre. Nem de brincadeira".
Ele é proprietário de um lote na
gleba Bacajá, em Anapu, onde se
localiza o PDS (Projeto de Desenvolvimento Sustentável) Esperança, que era capitaneado pela freira. Segundo ele, suas terras (cerca
de 3.000 hectares) não eram parte
da área estipulada para o projeto.
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