São Paulo, terça-feira, 30 de março de 2010

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Estado foi "omisso" e "mínimo" na gestão FHC, critica Dilma

Discurso marca saída da ministra, que deixa amanhã Casa Civil para disputar Planalto

No lançamento do PAC 2, petista se emociona ao falar do governo Lula e diz que presidente deixará "herança bendita" para seu sucessor


DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Em um evento organizado ontem pelo Planalto para marcar a sua despedida do governo, a ministra e presidenciável petista, Dilma Rousseff, acusou, em discurso de 50 minutos, os tucanos de terem implementado um Estado "mínimo" e "omisso" na gestão do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (1995-2002).
"Era o Estado do não", disse a ministra, que amanhã deixa a Casa Civil para iniciar a sua corrida à sucessão. Na campanha, Dilma, terá como principal adversário o governador tucano José Serra (SP), ministro na gestão FHC. A última pesquisa Datafolha divulgada no sábado mostrou que Serra abriu nove pontos sobre a candidata de Lula, na segunda colocação.
"Não tinha planejamento estratégico, não fortalecia as empresas públicas, não promovia alianças com o setor privado", afirmou Dilma em fala na qual anunciou as diretrizes de uma segunda versão do Programa de Aceleração do Crescimento.
Ao discutir o papel do Estado, Dilma repete o que já fizera no discurso do congresso do PT, em fevereiro, quando se lançou oficialmente pré-candidata, e dá a tônica da campanha petista, que propõe uma comparação plebiscitária entre o legado de FHC e o governo Lula.
"Hoje, por tudo isto, podemos dizer que, antes de ser um Estado mínimo, ele foi um Estado omisso", completou a ministra, em uma tentativa de resposta à oposição, que a aponta como "estatizante".
Diante de cerca de mil pessoas, entre as quais governadores, congressistas, ministros, empresários e sindicalistas, a ministra citou dezenas de números do PAC, trocou alguns deles, atacou a oposição, foi aplaudida seguidas vezes e, no minuto final do discurso, ficou com a voz embargada ao falar do programa e da gestão Lula.
Todos no evento receberam um exemplar de um caderno com as principais diretrizes da nova versão do PAC, com previsão de investimentos em infraestrutura entre 2011 e 2014.
Assim como fizera diante dos militantes petistas, Dilma também afirmou que o governo petista deixará uma "herança bendita" ao seu sucessor.
A fala de Lula encerrou o evento. Ele enalteceu a atuação da ministra no programa e se referiu à pré-candidata como "mãe eterna do PAC" e "avó do PAC". O presidente também respaldou Erenice Guerra como uma das executoras do PAC. Ela assumirá amanhã a Casa Civil. (ES, LC e SI)


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