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Lula escala 5 ministros para planejar campanha
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Em reunião com cinco ministros na terça passada, o presidente
Luiz Inácio Lula da Silva deu a largada em sua candidatura à reeleição, orientando-os a iniciar o planejamento da campanha.
Foi a primeira conversa do que
deve ser a coordenação informal
de reeleição. Estiveram presentes
Tarso Genro (Relações Institucionais), Luiz Dulci (Secretaria Geral), Paulo Bernardo (Planejamento), Luiz Marinho (Trabalho)
e Dilma Rousseff (Casa Civil).
Convidado, o presidente do PT,
Ricardo Berzoini, não pôde comparecer porque estava em São
Paulo. Ele se encontrou com Lula
sozinho ontem no Palácio do Alvorada. A todos, o recado do presidente foi o mesmo: a crise arrefeceu e agora o foco muda para
uma campanha que será dura.
Lula também informou que pediu ao deputado Delfim Netto
(PMDB-SP), economista, que faça um estudo comparando os números de seu governo e os de Fernando Henrique Cardoso. Delfim
já disse a Lula que ele dá um "banho" no antecessor em todos os
quesitos.
Aos auxiliares, o presidente disse que deve assumir a candidatura
na virada de maio para junho.
Também reclamou da demora do
PMDB em decidir entre candidatura própria, independência ou
apoio ao PT: "Enquanto o PMDB
não resolver, não podemos montar os palanques estaduais". O
cargo oficial de comandante da
campanha será de Berzoini, que
na sexta-feira recebeu Lula na
abertura do 13º Encontro Nacional do partido, em São Paulo.
Tarefas
A lista de tarefas para organizar
a campanha é extensa. É preciso
definir a aliança nacional, os palanques estaduais, a estrutura de
arrecadação da campanha e a estratégia de comunicação.
O Encontro Nacional avançará
um pouco. Será estabelecida uma
política de alianças flexível, além
de definida uma comissão para
cuidar do programa de governo, a
cargo do assessor da Presidência
Marco Aurélio Garcia.
A esta altura, em 2002, a aliança
com o PL já estava bem encaminhada, o publicitário (Duda Mendonça), escolhido e o tesoureiro
(Delúbio Soares) e o coordenador
do programa (Antonio Palocci Filho), trabalhando a todo vapor.
Os palanques estaduais eram negociados pelo então presidente do
PT, José Dirceu.
No momento, o nó mais difícil é
a escolha de um tesoureiro para
ocupar o lugar que já foi de Delúbio. Lula quer um empresário
com perfil ético acima de suspeitas, mas um dos únicos disponíveis, Oded Grajew, recusa a possibilidade. A comunicação da campanha deve ficar com o publicitário baiano Edson Barbosa.
O presidente informou a seus
ministros que quer basear sua
campanha na redução das desigualdades e na recuperação da
"independência" do Brasil. No
primeiro campo entram programas como Bolsa-Família e ProUni. No segundo, Lula exibirá o fim
do acordo com o FMI e a auto-suficiência na produção de petróleo.
(FÁBIO ZANINI E PEDRO DIAS LEITE)
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