São Paulo, domingo, 30 de abril de 2006

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Lula escala 5 ministros para planejar campanha

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Em reunião com cinco ministros na terça passada, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deu a largada em sua candidatura à reeleição, orientando-os a iniciar o planejamento da campanha.
Foi a primeira conversa do que deve ser a coordenação informal de reeleição. Estiveram presentes Tarso Genro (Relações Institucionais), Luiz Dulci (Secretaria Geral), Paulo Bernardo (Planejamento), Luiz Marinho (Trabalho) e Dilma Rousseff (Casa Civil).
Convidado, o presidente do PT, Ricardo Berzoini, não pôde comparecer porque estava em São Paulo. Ele se encontrou com Lula sozinho ontem no Palácio do Alvorada. A todos, o recado do presidente foi o mesmo: a crise arrefeceu e agora o foco muda para uma campanha que será dura.
Lula também informou que pediu ao deputado Delfim Netto (PMDB-SP), economista, que faça um estudo comparando os números de seu governo e os de Fernando Henrique Cardoso. Delfim já disse a Lula que ele dá um "banho" no antecessor em todos os quesitos.
Aos auxiliares, o presidente disse que deve assumir a candidatura na virada de maio para junho. Também reclamou da demora do PMDB em decidir entre candidatura própria, independência ou apoio ao PT: "Enquanto o PMDB não resolver, não podemos montar os palanques estaduais". O cargo oficial de comandante da campanha será de Berzoini, que na sexta-feira recebeu Lula na abertura do 13º Encontro Nacional do partido, em São Paulo.

Tarefas
A lista de tarefas para organizar a campanha é extensa. É preciso definir a aliança nacional, os palanques estaduais, a estrutura de arrecadação da campanha e a estratégia de comunicação.
O Encontro Nacional avançará um pouco. Será estabelecida uma política de alianças flexível, além de definida uma comissão para cuidar do programa de governo, a cargo do assessor da Presidência Marco Aurélio Garcia.
A esta altura, em 2002, a aliança com o PL já estava bem encaminhada, o publicitário (Duda Mendonça), escolhido e o tesoureiro (Delúbio Soares) e o coordenador do programa (Antonio Palocci Filho), trabalhando a todo vapor. Os palanques estaduais eram negociados pelo então presidente do PT, José Dirceu.
No momento, o nó mais difícil é a escolha de um tesoureiro para ocupar o lugar que já foi de Delúbio. Lula quer um empresário com perfil ético acima de suspeitas, mas um dos únicos disponíveis, Oded Grajew, recusa a possibilidade. A comunicação da campanha deve ficar com o publicitário baiano Edson Barbosa.
O presidente informou a seus ministros que quer basear sua campanha na redução das desigualdades e na recuperação da "independência" do Brasil. No primeiro campo entram programas como Bolsa-Família e ProUni. No segundo, Lula exibirá o fim do acordo com o FMI e a auto-suficiência na produção de petróleo.
(FÁBIO ZANINI E PEDRO DIAS LEITE)


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