São Paulo, quarta-feira, 30 de abril de 2008

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Painel

RENATA LO PRETE painel@uol.com.br

Feirão de ofertas

Na reta final da negociação de alianças, é enorme a pressão sobre os partidos coadjuvantes da eleição paulistana. Os alckmistas dão como certo um acordo com o PTB, graças à antiga ligação do candidato tucano com o deputado Campos Machado, mas o PT, por intermédio do ministro petebista José Múcio, não desistiu de tentar levar a sigla para o barco de Marta Suplicy. Diante da corda esticada, há quem diga que Campos ainda pode optar por sair candidato.
A insistência do PT se deve à insegurança em relação às demais opções disponíveis. O partido teme ver o PR repetir o PMDB e fechar com Gilberto Kassab (DEM). E o "bloquinho" dá sinais cada vez mais insistentes de que lançará Aldo Rebelo (PC do B).

Bônus. Se concretizar a aliança com o PTB, sua opção preferencial, Alckmin levará de quebra os segundos de TV do nanico PSDC, de José Maria Eymael, já acertado com o partido de Campos Machado.

Deságio. Alckmistas e petistas, que assediam entre outras siglas o PDT, avaliam que os apuros de Paulinho, às voltas com a operação da PF, poderão facilitar eventual coligação. Antes, o deputado exigia ser vice. Agora, não há como apresentar tal demanda.

À força 1. O PT nacional alongou prazos de definição de alianças para tentar "entendimento" em Belo Horizonte. Mas a firmeza do prefeito Fernando Pimentel na defesa do acordo com o PSDB para apoiar Márcio Lacerda (PSB) já leva parte da cúpula a falar em intervir na cidade.

À força 2. Considerada medida extrema, a intervenção ocorrerá caso o diretório de BH recorra à Justiça Eleitoral. Com isso, o comando municipal seria substituído por uma comissão provisória que garantiria uma candidatura petista à prefeitura.

Na balança. Na reunião de ontem, a cúpula do PSB, arrependida de ter concordado com o veto petista à aliança em BH, lembrou que o PT depende do partido em pelo menos três capitais importantes: Salvador e São Paulo, onde não há acordo, e Recife, onde a aliança até agora está selada.

Dendê. Contra a vontade da cúpula, o PT terá quatro candidatos na prévia em Salvador. Após dizer que estava fora, Walter Pinheiro foi convencido pelo governador Jaques Wagner a bater chapa com o colega de Câmara Nelson Pellegrino. Também disputam J. Carlos, sindicalista, e Luiz Santos, dirigente.

Sem seguro. A ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) irá à Comissão de Infra-Estrutura do Senado "para falar de PAC", na quarta que vem, sem que a base aliada tenha derrubado sua convocação para explicar o dossiê.

Delivery. O delegado responsável pelo caso do dossiê, Sérgio Menezes, trabalha duro para concluir o inquérito antes de assumir a superintendência de São Paulo. Ontem não parou nem para almoçar: foi socorrido por um sanduíche, na sede da PF.

Vitalício. Lula assinou decreto que dá aos 15 membros do Conselho de Administração do Operador Nacional do Sistema Elétrico a chance de recondução ilimitada ao cargo. Antes, só podiam ser reeleitos uma vez. "O presidente está treinando com situações concretas, de olho no terceiro mandato", diz o deputado José Carlos Aleluia (DEM-BA).

Tietes. Governadores brasileiros se reúnem amanhã, num fórum em Nova York, com o colega Arnold Schwarzenegger, da Califórnia. Estarão lá Yeda Crusius (PSDB-RS), Walder Góes (PDT- AP) e os peemedebistas Marcelo Miranda (TO), Luiz Henrique (SC) e André Pucinelli (MS).

Nem assim. O DEM votou a favor da prorrogação da CPI do Detran, que colocou a tucana Yeda Crusius em apuros. Mesmo assim a base conseguiu enterrar a investigação.

Tiroteio

O pensamento de Márcio Lacerda tem a profundidade de um pires. O eleitor já entendeu a diferença entre PT e PSDB, só ele é que não.


Do secretário de Finanças do PT, PAULO FERREIRA , sobre o candidato do PSB em Belo Horizonte, que, ao defender a união de petistas e tucanos em torno de seu nome, afirmou não ver diferença entre os governos de Jaques Wagner (PT-BA) e Aécio Neves (PSDB-MG).

Contraponto

Faro de eleitor

Em 2002, quando deixou a direção do BankBoston, Henrique Meirelles saiu em campanha por Goiás em busca de uma cadeira na Câmara dos Deputados pelo PSDB.
O primeiro comício do hoje presidente do Banco Central, no município de Jataí, foi concorrido. Meirelles caprichou no discurso: falou de inflação, câmbio e juros.
Ao final, uma senhora abraçou o candidato:
-Vou votar no senhor!
Animado, ele achou que tinha acertado o tom:
-Gostou do discurso?
A eleitora riu gostoso e explicou:
-Nada disso. É que o senhor cheira muito bem. E eu só voto em candidato cheiroso!


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