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Edmar usa anistia em caso de passagens para a sua defesa
Congressista usa como argumento frase de Temer de que atos do passado não serão punidos
Investigado na corregedoria sob a acusação de usar verba pública em seu benefício, deputado do castelo faz crítica a relator e à imprensa
Alan Marques/Folha Imagem
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O deputado Edmar Moreira (sem partido-MG), que apresentou sua defesa ontem na Câmara
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O deputado Edmar Moreira
(sem partido-MG) compara o
seu caso à farra das passagens
áreas e sustenta parte de sua
defesa na afirmação feita pelo
presidente da Câmara, Michel
Temer (PMDB-SP), de que atos
cometidos por congressistas no
passado serão anistiados.
Edmar está sendo investigado sob a acusação de ter usado
dinheiro público em benefício
próprio, pois não comprovou a
prestação de serviços de segurança pelos quais pagou com
recursos da verba indenizatória
a que os deputados têm direito.
As empresas eram dele.
O deputado, que ficou conhecido por ser dono de um castelo
avaliado em R$ 25 milhões, faz
críticas à imprensa e ao relatório feito contra ele pela corregedoria da Casa, em especial ao
relator, deputado José Eduardo Cardozo (PT-SP).
No documento, de 48 páginas, entregue na noite de anteontem ao conselho, o deputado transcreve duas vezes o discurso de Temer, que se referia
ao uso das passagens.
"Quero significar que não
houve ilícito de nenhuma natureza em relação ao passado. (...)
Tal como fizemos com o caso
da verba indenizatória, em que
havia um sistema normativo
anterior revogado por um sistema normativo novo, é claro que
não se pode questionar o que
ocorreu no passado", diz trecho
transcrito por Edmar.
Já sobre o relatório da corregedoria, que pediu a abertura
de processo por quebra de decoro contra o deputado, Edmar
o classifica de "mentiroso, inadequado, com argumentos ridículos, indigesto e inaceitável".
Especificamente sobre o relator, o deputado chega a fazer
veladas ameaças.
"Cumpre dizer que o Google,
em que pese ser uma ferramenta de grande utilidade, nem
sempre é confiável e deve servir
como fonte de pesquisa infalível. O próprio relator do processo deveria saber disso pois,
ao digitar seu nome no anunciado site, diversas notícias dão
conta de seu relacionamento
de interesse econômico com o
banqueiro Daniel Dantas", diz
Edmar, para depois ressaltar
que confia nos desmentidos do
relator sobre o caso.
O congressista afirma ainda
que é usado como "boi de piranha" por ser uma exceção entre
os deputados e resultar no único caso a ser julgado por regras
que não existiam, além de criticar seu antigo partido, o DEM.
Ele diz também que "até o
momento não importam os fatos e sim a versão de alguns
aproveitadores totalmente
comprometidos com o espetáculo do "deputado do castelo'".
Contra a imprensa, completa: "Mentiras repetidas por diversas vezes e sem respaldo mínimo de plausibilidade e responsabilidade por todos os
meios de comunicação, construíram uma negativa opinião
pública recheada de absurdos".
Sérgio Moraes (PTB-SP), que
já se manifestou contra a investigação de colegas, será o relator do caso no colegiado, mas
ele não quis comentar a defesa
do colega.
(MARIA CLARA CABRAL)
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