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ADMINISTRAÇÃO
O peemedebista Eliseu Padilha (RS) leva ao Ministério dos Transportes uma variação do lema "governar é abrir estradas"
Prioridade de ministro é dar visibilidade a obras
FRANCISCO CÂMPERA
da Sucursal de Brasília
Uma das principais atribuições
do novo ministro dos Transportes, Eliseu Padilha (PMDB-RS), é
dar maior "visibilidade"-a pedido do presidente Fernando Henrique Cardoso- ao trabalho desenvolvido em sua pasta.
Para atingir esse objetivo, Padilha vai viajar pelo país, com técnicos, para fiscalizar as obras administradas pelo ministério.
"O governo tem o dever de mostrar à população o que está fazendo com o dinheiro público", disse,
em entrevista à Folha.
Político experiente, há 30 anos
num único partido (o antigo
MDB, hoje PMDB), Padilha disse
que vai se responsabilizar apenas
pelas obras sob o comando do ministério. "Não posso responder
pelos Estados que vão cuidar das
obras federais", resguarda-se.
Padilha chegou ao ministério
após nove meses de disputa política entre os partidos para obter o
cargo.
O orçamento da pasta para 1997,
de R$ 5,4 bilhões, explica a disputa
que foi travada, principalmente
num ano pré-eleitoral.
A verba continua sendo motivo
da cobiça dos políticos. Padilha
disse que já recebeu "inúmeros"
pedidos de deputados da base governista e que vai "analisar todos."
O ministro se gaba de seu tato
com políticos. "Tenho experiência com o Executivo." Pelo seu
currículo, a afirmação é verdadeira.
Com 51 anos, formado em Direito, Padilha é deputado federal e já
foi prefeito de Tramandaí (RS).
Também foi secretário de Estado
do Trabalho, Cidadania e da Assistência Social no Rio Grande do
Sul, na gestão do atual governador, Antônio Britto (PMDB), que
o indicou para o cargo.
"Resultados imediatos"
Para reduzir o chamado "custo
Brasil", Padilha quer "resultados
imediatos" no programa de privatização das rodovias federais e ferrovias.
As hidrovias também vão ganhar
espaço na nova administração.
Quatro hidrovias estão incluídas
no projeto do governo federal. Ele
avalia que, especialmente na região Norte, as hidrovias são mais
viáveis economicamente.
A prioridade do ministério, diz o
ministro, será a modernização dos
portos. "Foi um pedido especial
do presidente Fernando Henrique.
Ele (FHC) tem uma expectativa de
uma solução rápida.", afirmou.
Quanto às rodovias federais, o
ministro informa que está preparando informações para levar à
FHC nesta semana.
Superfaturamento
Padilha disse que não "vai abrir
mão" de apresentar sugestões ao
programa de governo.
"Levarei alternativas de utilização dos recursos já previstos ou, se
for o caso, até a criação de novas
fontes de financiamento." Para
coibir os superfaturamentos nas
obras, Padilha afirma que vai
"adotar todas as providências para que os preços das licitações tenham preços justos".
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