São Paulo, quinta-feira, 30 de maio de 2002

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Rossi insiste em apoiar Ciro, e PL ameaça cassar sua candidatura

FÁBIO ZANINI
DA REPORTAGEM LOCAL

A cúpula do PL em São Paulo ameaça inviabilizar a pré-candidatura de Francisco Rossi ao governo do Estado caso ele continue recusando-se a apoiar publicamente o presidenciável Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
A direção do PL no Estado, comandada pelo deputado federal Luiz Antônio de Medeiros, já declarou publicamente apoio ao petista na eleição de outubro, defendendo uma coligação formal.
Rossi, no entanto, rejeita apoiar Lula e pretende abrir seu palanque para o pré-candidato do PPS, Ciro Gomes. Na última pesquisa Datafolha, divulgada há duas semanas, Francisco Rossi atinge 10% das intenções de voto, em terceiro lugar na disputa.
No início desta semana, a cúpula do PL fez chegar a Rossi o recado de que não aceitaria a dissidência, porque as direções nacional e estadual do partido já anunciaram que apóiam Lula "de qualquer jeito" -em uma aliança "branca" ou formal.
O pré-candidato reagiu ontem, convocando uma reunião em sua base eleitoral, Osasco, com candidatos a deputado federal e estadual, em que pretendia dar uma demonstração de força.
"Não vou bater ou hostilizar o Lula, mas também não vou pedir votos. Ele é um candidato inviável", declarou Rossi.
Segundo o pré-candidato, caso o PL não apóie Lula oficialmente, nada poderá impedir que ele procure o PPS. "Por que não? O Ciro precisa de um bom palanque, que poderia ser o meu. E eu preciso de tempo de TV e estrutura de campanha", afirmou.
A direção do PL não admite a hipótese e ameaça, sem rodeios, acabar com o sonho do pré-candidato. "O PL já se comprometeu a apoiar o Lula, e o Rossi tem de seguir a orientação do partido. O que não dá é ele tomar uma iniciativa sem ouvir ninguém", diz o secretário-geral do PL em São Paulo, Tarcísio Tadeu, braço direito de Medeiros.
A direção do PL diz que tem maioria na Executiva do partido e que poderia vetar Rossi. Já o pré-candidato contesta a informação e afirma que tem ao menos metade da instância.
Caso não haja acordo nos próximos dias, a pré-candidatura de Rossi fica ameaçada.
No partido, há consenso de que uma possível saída de Rossi do páreo teria em Paulo Maluf (PPB) o maior beneficiário -ex-aliados, os dois têm votos no eleitorado conservador.
O pré-candidato petista José Genoino também poderia herdar uma parcela do patrimônio do PL, em razão da aliança nacional entre os dois partidos.


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