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Rossi insiste em apoiar Ciro, e PL
ameaça cassar sua candidatura
FÁBIO ZANINI
DA REPORTAGEM LOCAL
A cúpula do PL em São Paulo
ameaça inviabilizar a pré-candidatura de Francisco Rossi ao governo do Estado caso ele continue
recusando-se a apoiar publicamente o presidenciável Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
A direção do PL no Estado, comandada pelo deputado federal
Luiz Antônio de Medeiros, já declarou publicamente apoio ao petista na eleição de outubro, defendendo uma coligação formal.
Rossi, no entanto, rejeita apoiar
Lula e pretende abrir seu palanque para o pré-candidato do PPS,
Ciro Gomes. Na última pesquisa
Datafolha, divulgada há duas semanas, Francisco Rossi atinge
10% das intenções de voto, em
terceiro lugar na disputa.
No início desta semana, a cúpula do PL fez chegar a Rossi o recado de que não aceitaria a dissidência, porque as direções nacional e
estadual do partido já anunciaram que apóiam Lula "de qualquer jeito" -em uma aliança
"branca" ou formal.
O pré-candidato reagiu ontem,
convocando uma reunião em sua
base eleitoral, Osasco, com candidatos a deputado federal e estadual, em que pretendia dar uma
demonstração de força.
"Não vou bater ou hostilizar o
Lula, mas também não vou pedir
votos. Ele é um candidato inviável", declarou Rossi.
Segundo o pré-candidato, caso
o PL não apóie Lula oficialmente,
nada poderá impedir que ele procure o PPS. "Por que não? O Ciro
precisa de um bom palanque, que
poderia ser o meu. E eu preciso de
tempo de TV e estrutura de campanha", afirmou.
A direção do PL não admite a
hipótese e ameaça, sem rodeios,
acabar com o sonho do pré-candidato. "O PL já se comprometeu
a apoiar o Lula, e o Rossi tem de
seguir a orientação do partido. O
que não dá é ele tomar uma iniciativa sem ouvir ninguém", diz o secretário-geral do PL em São Paulo, Tarcísio Tadeu, braço direito
de Medeiros.
A direção do PL diz que tem
maioria na Executiva do partido e
que poderia vetar Rossi. Já o pré-candidato contesta a informação
e afirma que tem ao menos metade da instância.
Caso não haja acordo nos próximos dias, a pré-candidatura de
Rossi fica ameaçada.
No partido, há consenso de que
uma possível saída de Rossi do
páreo teria em Paulo Maluf (PPB)
o maior beneficiário -ex-aliados, os dois têm votos no eleitorado conservador.
O pré-candidato petista José
Genoino também poderia herdar
uma parcela do patrimônio do
PL, em razão da aliança nacional
entre os dois partidos.
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