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Jefferson aponta acordo do PT com o PSDB para impedir depoimento de Dantas à CPI
DA REDAÇÃO
Quase um ano depois da
entrevista em que revelou a
existência do mensalão, o ex-deputado Roberto Jefferson
(PTB-RJ) disse, ontem, no
programa "Roda Viva", da TV
Cultura, que só três deputados foram cassados até agora
no escândalo por causa de um
acordo entre PT e PSDB, e
que esse pacto se repetiu na
não-convocação de Daniel
Dantas pela CPI dos Bingos.
"Eu percebi, no acordo feito entre PT e PSDB, duas cabeças que desde o início rolariam. A minha e a do Zé Dirceu. Pela reputação e pelo
passado do Pedro Corrêa e
[José] Janene [ambos do PP],
falei, vão junto. Eu creio que
ainda o Janene possa ser cassado. Mas houve um grande
acordo repetido agora na não-convocação do Daniel Dantas", afirmou.
Jefferson ainda envolveu o
PFL no suposto acordo para
não convocar Dantas, que
acusa o PT de ter cobrado
uma propina de cerca de US$
50 milhões de seu banco, o
Opportunity. Dantas também poderia ser questionado
sobre irregularidades no processo de privatização das teles no governo do tucano Fernando Henrique Cardoso.
Jefferson disse ontem que
o objetivo de suas duas entrevistas, dadas à Folha em 6 e
12 de junho do ano passado,
em que revelou a existência
do mensalão e o detalhou, foi
atingido. "A denúncia do procurador-geral da República
[denunciando 40 pessoas] repercute aquelas informações
que eu dei no ano passado."
O ex-deputado voltou a
inocentar o presidente Luiz
Inácio Lula da Silva de responsabilidade no mensalão,
mas disse que ele foi omisso.
"Se eu o acusasse, estaria
mentindo. Eu não mantive
com o presidente nenhum
diálogo que pudesse permitir
uma acusação contra ele. A
meu ver, ele peca por omissão, pois o núcleo duro dele
está todo envolvido com irregularidades." Como membros do "núcleo duro" citou
os ex-ministros José Dirceu,
Antonio Palocci e Luiz Gushiken e os ex-dirigentes petistas José Genoino, Silvio
Pereira e Delúbio Soares.
Sobre Dirceu, disse que os
"instintos mais primitivos"
que o deputado lhe despertava são "coisa do passado".
"Passou, era muita mentira
do José Dirceu e me incomodava muito. O Zé mentia demais, de maneira hipócrita."
Jefferson disse que, mantidas as alternativas atuais, votará no tucano Geraldo Alckmin na eleição presidencial
deste ano, mas que torce pelo
aparecimento de "uma terceira via" fora de PT e PSDB.
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