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ELEIÇÕES 2006 / SÃO PAULO
Mercadante abre 1ª crise com "martistas"
Pré-candidato exclui de reunião de campanha dirigentes próximos à petista, que o acusam de atropelar a Executiva Estadual
Senador diz que houve "um problema de comunicação" e prega união; vereador
ligado à ex-prefeita viu "atitudes fracionárias"
JOSÉ ALBERTO BOMBIG
DA REPORTAGEM LOCAL
CONRADO CORSALETTE
DO PAINEL
O pré-candidato do PT ao governo de São Paulo, Aloizio
Mercadante, instaurou ontem
o Conselho Estadual de sua
campanha e abriu a primeira
crise com o grupo da ex-prefeita Marta Suplicy, derrotada por
ele na prévia partidária.
O encontro, realizado na sede de um sindicato da capital,
excluiu "martistas" com cargos
no partido, como o presidente
do Diretório Municipal do PT
paulistano, Paulo Fiorilo, e o
secretário-geral estadual, João
Antonio, ambos vereadores.
A crise também foi agravada
pelo convite para a reunião, assinado pelo "comando da campanha" de Mercadante e enviado pelo escritório do senador.
Insatisfeitos, petistas do grupo de Marta dizem que Mercadante tenta "atropelar" a Executiva Estadual, que ainda não
definiu quem coordenará a
campanha, e já ameaçam abandonar o pré-candidato caso sejam alijados das decisões.
O presidente do partido no
Estado, Paulo Frateschi, cotado
para comandar a campanha, foi
chamado às pressas ontem pelo
senador para tentar acalmar os
ânimos entre os dois grupos.
"Como defensor histórico da
unidade partidária, entendo
que, desde a prévia realizada
dia 7 de maio, a candidatura
Mercadante passou a ser de todo o partido. Atitudes fracionárias não contribuem para a vitória do candidato escolhido
pelo partido", declarou o vereador João Antonio em nota divulgada no final da tarde.
Já outros "martistas" atuaram ontem para aparar as arestas, afirmando que o conflito
prejudica o PT e a campanha.
Deputados estaduais próximos do senador Mercadante
tentaram, sem sucesso, evitar a
divulgação do texto de João Antonio. O grupo da ex-prefeita
praticamente controla o partido na capital. Na prévia, ela teve o dobro de votos de Mercadante na cidade.
"Comunicação"
Mercadante, que deixará a
Liderança do Governo no Senado nesta semana para se dedicar integralmente à campanha,
afirmou que não houve nenhuma intenção de "selecionar" os
petistas presentes no evento de
ontem. Segundo ele, sua campanha irá reunir diversos setores do partido, da bancada na
Assembléia Legislativa à direção municipal paulistana.
"Houve um problema de comunicação, que foi resolvido
rapidamente", disse Mercadante. Segundo o candidato, o
convite para a reunião da tarde
de ontem partiu de seu escritório porque ainda não há uma
estrutura de campanha.
Segundo a Folha apurou,
Mercadante tem cobrado agilidade do PT na montagem de
sua estrutura de equipe e de
campanha. De acordo com o
Datafolha, se a eleição fosse hoje, José Serra (PSDB) venceria
no primeiro turno.
"Foi apenas um confusão de
início de campanha, nada
mais", disse o deputado estadual Simão Pedro, que participa do conselho e foi um dos organizadores do encontro de
ontem. O órgão será formado
por parlamentares e prefeitos.
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