São Paulo, terça-feira, 30 de maio de 2006

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ELEIÇÕES 2006 / SÃO PAULO

Mercadante abre 1ª crise com "martistas"

Pré-candidato exclui de reunião de campanha dirigentes próximos à petista, que o acusam de atropelar a Executiva Estadual

Senador diz que houve "um problema de comunicação" e prega união; vereador ligado à ex-prefeita viu "atitudes fracionárias"

JOSÉ ALBERTO BOMBIG
DA REPORTAGEM LOCAL

CONRADO CORSALETTE
DO PAINEL

O pré-candidato do PT ao governo de São Paulo, Aloizio Mercadante, instaurou ontem o Conselho Estadual de sua campanha e abriu a primeira crise com o grupo da ex-prefeita Marta Suplicy, derrotada por ele na prévia partidária.
O encontro, realizado na sede de um sindicato da capital, excluiu "martistas" com cargos no partido, como o presidente do Diretório Municipal do PT paulistano, Paulo Fiorilo, e o secretário-geral estadual, João Antonio, ambos vereadores.
A crise também foi agravada pelo convite para a reunião, assinado pelo "comando da campanha" de Mercadante e enviado pelo escritório do senador.
Insatisfeitos, petistas do grupo de Marta dizem que Mercadante tenta "atropelar" a Executiva Estadual, que ainda não definiu quem coordenará a campanha, e já ameaçam abandonar o pré-candidato caso sejam alijados das decisões.
O presidente do partido no Estado, Paulo Frateschi, cotado para comandar a campanha, foi chamado às pressas ontem pelo senador para tentar acalmar os ânimos entre os dois grupos.
"Como defensor histórico da unidade partidária, entendo que, desde a prévia realizada dia 7 de maio, a candidatura Mercadante passou a ser de todo o partido. Atitudes fracionárias não contribuem para a vitória do candidato escolhido pelo partido", declarou o vereador João Antonio em nota divulgada no final da tarde.
Já outros "martistas" atuaram ontem para aparar as arestas, afirmando que o conflito prejudica o PT e a campanha.
Deputados estaduais próximos do senador Mercadante tentaram, sem sucesso, evitar a divulgação do texto de João Antonio. O grupo da ex-prefeita praticamente controla o partido na capital. Na prévia, ela teve o dobro de votos de Mercadante na cidade.

"Comunicação"
Mercadante, que deixará a Liderança do Governo no Senado nesta semana para se dedicar integralmente à campanha, afirmou que não houve nenhuma intenção de "selecionar" os petistas presentes no evento de ontem. Segundo ele, sua campanha irá reunir diversos setores do partido, da bancada na Assembléia Legislativa à direção municipal paulistana.
"Houve um problema de comunicação, que foi resolvido rapidamente", disse Mercadante. Segundo o candidato, o convite para a reunião da tarde de ontem partiu de seu escritório porque ainda não há uma estrutura de campanha.
Segundo a Folha apurou, Mercadante tem cobrado agilidade do PT na montagem de sua estrutura de equipe e de campanha. De acordo com o Datafolha, se a eleição fosse hoje, José Serra (PSDB) venceria no primeiro turno.
"Foi apenas um confusão de início de campanha, nada mais", disse o deputado estadual Simão Pedro, que participa do conselho e foi um dos organizadores do encontro de ontem. O órgão será formado por parlamentares e prefeitos.


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