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DATAFOLHA
58% se opõem ao aumento da idade mínima para aposentadoria
Maioria é contra a taxação dos inativos, diz pesquisa
PLÍNIO FRAGA
DA REPORTAGEM LOCAL
Pesquisa Datafolha mostra que
a maioria da população rejeita a
proposta mais contestada da reforma da Previdência, a cobrança
de contribuição dos servidores
públicos inativos. A maioria também se opõe ao aumento da idade
mínima para aposentadoria no
setor público, mas apóia a criação
de um teto único para os benefícios, válido tanto para o setor privado quanto para o público.
Dos entrevistados, 51% afirmam ser contra a contribuição
dos servidores na parcela do benefício que exceder R$ 1.058, como estabelece a proposta de
emenda constitucional 40, em tramitação no Congresso Nacional.
Disseram-se a favor da contribuição dos inativos 40% dos ouvidos
pelo Datafolha.
A rejeição à taxação é maior entre os mais ricos, atingindo 58%.
Entre os mais escolarizados e entre os entrevistados que se disseram servidores públicos, a rejeição chega a 57% -seis pontos a
mais do que a média geral.
O segmento mais favorável à cobrança é o dos que recebem de R$
1.200 a R$ 2.400, estrato no qual
43% aprovam a medida.
Maioria apóia teto
A criação de um teto que limita
os benefícios tanto do setor privado quanto do público tem o apoio
de 61% dos entrevistados. São
contrários ao teto 27%.
A proposta do governo Luiz
Inácio Lula da Silva prevê a ampliação do teto de benefícios do
setor privado de R$ 1.869,34 para
R$ 2.400.
O trabalhador que ganha acima
do teto atual contribuirá com valor maior, mas poderá se aposentar com um benefício maior.
No caso do setor público, atualmente o servidor tem um aumento da renda líquida de seu último
salário quando se aposenta, porque deixa de pagar a contribuição
previdenciária de 11%. Se aprovada a emenda do governo, o benefício não poderá superar o teto de
R$ 2.400 e será cobrada a contribuição de 11% da parcela que exceder R$ 1.058.
Idade mínima é rejeitada
Outra proposta do governo rejeitada pelos entrevistados é a ampliação da idade mínima para a
aposentadoria. No projeto no
Congresso, o governo propõe a
elevação de 48 anos para 55 no caso das mulheres e de 53 para 60 no
caso dos homens.
O Datafolha mostra que 58%
são contrários ao aumento da idade mínima e apenas 36% são favoráveis. Os maiores apoiadores
dessa mudança são os mais ricos,
estrato no qual o percentual favorável chega a 53% -17 pontos
acima da média geral. Também
entre os mais velhos a idéia é
aprovada, atingindo 46% na faixa
acima dos 60 anos e 43% no segmento de 45 a 59 anos.
Conhecimento
A pesquisa revela que mais da
metade (51%) dos brasileiros tomou conhecimento das mudanças que o governo pretende fazer
na Previdência. Desses, 30% se dizem mais ou menos informados;
12%, mal informados; e 10%, bem
informados.
Os funcionários públicos, os
mais afetados pelas propostas de
reforma da Previdência Social,
têm uma taxa de conhecimento
do tema 23 pontos percentuais
acima da média.
Destes, 74% afirmaram ter sabido da reforma, mas apenas 25%
se definem como bem informados; 39% se declararam mais ou
menos informados; e 10%, mal informados.
A maioria dos entrevistados
(68%) pelo Datafolha prefere a
manutenção do atual sistema previdenciário, no qual todos os trabalhadores com registro em carteira e os servidores públicos contribuem para assegurar a aposentadoria de todos os brasileiros.
A opção, que tem o apoio de
apenas 24%, seria a aplicação de
parcela do salário em contas individuais que assegurariam o benefício especificamente da cada contribuinte, sem participação em
um regime geral.
O Datafolha ouviu 2.630 pessoas, em 152 municípios de todas
as unidades da Federação, nos
dias 24 e 25 de junho. A margem
de erro é de dois pontos percentuais para cima ou para baixo.
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