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Marta afirma que não vai sair em
2006 e que sempre diz o que pensa
DA REPORTAGEM LOCAL
A prefeita Marta Suplicy (PT)
disse anteontem, no programa
"Roda Viva", da TV Cultura, que
pretende administrar a prefeitura,
caso seja reeleita, até o fim do
mandato, em 2008: "Não tenho
nenhuma intenção de ser candidata a governadora em 2006".
Marta procurou desfazer a pecha de "arrogante" com a qual a
oposição vem tentando lhe caracterizar. "Eu falo o que penso. Não
fico em cima do muro", disse, numa referência velada aos tucanos.
"Quando é uma mulher que age
dessa forma, tem todos os adjetivos que se pode imaginar." Instada a dar uma explicação sobre seu
alto índice de rejeição nas pesquisas eleitorais, ela recusou-se.
"Não sou analista de pesquisa e
não vou falar sobre isso. Não sei."
Segundo pesquisa Datafolha divulgada no domingo, Marta tem
42% de rejeição, Paulo Maluf (PP)
tem 48% e José Serra (PSDB),
10%. Ela tem 20% das intenções
de voto e está empatada com Maluf (24%). Serra tem 30%.
Mesmo procurando demonstrar bom humor e atenção aos jornalistas, a prefeita, sem alterar o
tom de voz, foi irônica ao responder à diretora da Sucursal de Brasília da Folha, Eliane Cantanhêde.
A jornalista perguntou como
Marta avaliava o alto índice de rejeição entre as mulheres (31% reprovam sua gestão). Marta insistiu que não sabia analisar. Cantanhêde disse que ela não respondia
objetivamente às perguntas.
A jornalista citou ainda o fato de
Marta haver escolhido para vice
seu secretário do Governo, Rui
Falcão, descartando uma aliança
com o PMDB, o que sinalizava
que a prefeita estaria interessada
em candidatar-se ao governo.
Nesse momento, Marta respondeu: "É mais fácil o seu candidato
disputar o governo". A jornalista,
então, perguntou se Marta estava
insinuando que ela votaria em José Serra (PSDB) ou em Paulo Maluf (PP). Marta limitou-se a rir e
afirmou que não assinaria nenhum documento comprometendo-se a não deixar o cargo.
Marta justificou os gastos com
publicidade dizendo que "é preciso se comunicar". E citou a campanha da dengue, que, segundo a
prefeita, ajudou a reduzir o número de casos na cidade: "Você
sabe quantos casos foram registrados neste ano em São Paulo?".
Ontem, Cantanhêde avaliou
que "o Roda Viva pode ter explicado por que ela está caindo nas
pesquisas". Para a jornalista, a
prefeita "se mostrou refratária a
perguntas legítimas". Cantanhêde disse que a postura de Marta
"reforçou a imagem de arrogância; ao ser contrariada, reage ao
velho estilo de acusar as pessoas".
A Folha procurou o assessor de
imprensa de Marta na tarde de
ontem. Telefonou duas vezes para
a prefeitura e deixou recados em
seu celular. Até o fechamento desta edição, não houve resposta. Para o presidente do diretório municipal do PT, Ítalo Cardoso, "a prefeita foi bem, bastante tranqüila".
Disse que Marta "estava com os
pés no chão e o que tinha dificuldade para responder, não respondeu e não inventou respostas".
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