São Paulo, quinta, 30 de julho de 1998

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Teles são privatizadas por R$ 22 bi e ágio médio de 64%

da Redação


As 12 empresas do Sistema Telebrás foram privatizadas ontem pelo governo brasileiro por R$ 22,058 bilhões. O ágio médio alcançado em quatro horas e quatro minutos de leilão na Bolsa do Rio foi de 63,74%, muito superior aos 17% esperados pelo governo.
O valor arrecadado é o maior da história do programa de privatizações do Brasil, iniciado em 1991.
Os grupos estrangeiros, principalmente espanhóis e portugueses, dominaram a disputa. Das 12 empresas, 4 foram arrematadas por consórcios de capital externo. Em outras 6, houve associação entre capital nacional e estrangeiro. Somente 2 telefônicas foram arrematadas por grupos exclusivamente nacionais.
Sozinhos, os consórcios estrangeiros investiram R$ 8,026 bilhões, mais que o dobro do total pago pelas empresas compradas exclusivamente por grupos nacionais (R$ 3,874 bilhões). Associados, capital externo e nacional investiram mais R$ 10,157 bilhões.
Entre as vedetes do leilão, a empresa de telefonia fixa de São Paulo, a Telesp, foi vendida para a Telefónica de España por R$ 5,78 bilhões e ágio de 64,2% sobre o preço mínimo. A Telesp Celular ficou com a Portugal Telecom por R$ 3,59 bilhões e ágio de 226,18% e a Embratel para a MCI americana por R$ 2,65 bilhões e ágio de 47,2%.
As ruas do centro do Rio, onde está localizada a Bolsa de Valores, transformou-se em uma praça de guerra entre 3.000 policiais e milhares de manifestantes contrários à privatização. Pelos menos 30 pessoas foram presas, dezenas ficaram feridas e o comércio foi obrigado a fechar as portas durante quase todo o dia.
O presidente Fernando Henrique Cardoso considerou o leilão um sucesso e disse que parte do dinheiro será destinado a programas na área social.



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