São Paulo, quinta, 30 de julho de 1998

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CRISE FEDERAL

Governo amplia punição a policiais

ABNOR GONDIM
da Sucursal Brasília

O Palácio do Planalto decidiu ontem afastar os policiais federais que respondem a processos na Justiça acusados de cometer crimes contra a administração pública, como corrupção e facilitação de contrabando.
A medida constará da reedição da MP (medida provisória) aprovada no final de junho para "desinfetar" a PF. A primeira versão da MP atingiu apenas os policiais acusados em processos disciplinares por falta grave, afastando 62.
A reedição da MP submeterá a afastamento os policiais acusados de peculato (crime cometido por funcionário público), desvio de verbas públicas, concussão (exigir vantagem indevida), facilitação de contrabando e corrupção.
A nova versão deve ser publicada hoje no "Diário Oficial". Visa atingir principalmente policiais cujos pedidos de demissão elaborados pela PF foram rejeitados pelo Ministério da Justiça.
É o caso do delegado Edson Antonio de Oliveira, candidato do PSD a deputado no Rio. Ele é acusado de receber vantagens de bicheiros e de desviar recursos de convênio entre a PF e o INSS (Instituto Nacional do Seguro Social). Em processo disciplinar, ele foi inocentado por falta de provas.
Ex-superintendente da PF no Rio, Oliveira foi responsável pela prisão na Tailândia do empresário Paulo César Farias. Em 94, usou o slogan "O homem que prendeu PC" em frustrada campanha eleitoral. Ele nega as acusações.
A ampliação da medida deve atingir pelo menos 30 policiais citados no dossiê entregue pelo procurador-geral da República, Geraldo Brindeiro, ao ministro Renan Calheiros (Justiça).



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