São Paulo, quarta-feira, 30 de agosto de 2006 |
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
ELEIÇÕES 2006 / CANDIDATOS NA FOLHA Todo mundo fez caixa dois, diz Quércia
Para peemedebista, que elege Serra como principal alvo de ataque, presidente tinha ciência da existência do mensalão
O ex-governador de São Paulo Orestes Quércia (PMDB), 68,
que tenta voltar ao cargo neste
ano, se incluiu na lista dos políticos brasileiros que utilizaram
o "caixa 2" em suas campanhas. SERRA Assim como o PSDB, o tucano José Serra, líder nas pesquisas de intenção de voto na disputa pela Palácio dos Bandeirantes, não foi poupado das críticas de Quércia. Para o peemedebista, o ex-prefeito é o candidato menos qualificado do trio: Quércia, Serra e Aloizio Mercadante. "Se ele for governador, acredito que não vai ser, se fosse, iria pensando em ser candidato a presidente da República. O que está na cabeça dele é isso. Isso é ruim. Tem que eleger o Quércia que não quer ser candidato à Presidência, quer terminar o mandato e fazer um grande governo", disse. SEGURANÇA O ex-governador criticou os 12 anos de PSDB que provocaram o surgimento do crime organizado no Estado. Ele voltou a criticar a criação da Secretaria da Administração Penitenciária. "O governo deixou de cortar esse mal pela raiz. Hoje, é muito mais difícil porque eles ganharam espaço. Hoje, eles têm uma organização, controlam lá de dentro o bandido aqui fora. A coisa ficou difícil porque causa da fraqueza do governo em cuidar desse assunto." CARANDIRU Quércia falou que foi uma "burrice" do então governador Antonio Fleury Filho autorizar a invasão ao complexo presidiário em outubro de 1992, que resultou em 111 mortes de detentos. O peemedebista também lamentou ter indicado Fleury como seu sucessor. "Eu me lembro que quando nós mandamos invadir e houve, realmente, a morte de 29 presidiários, não houve nenhuma manifestação. Ninguém dos Direitos Humanos veio cobrar alguma coisa do governo. Porque era uma coisa correta. Acho que o nosso secretário ficou com isso na cabeça, que foi uma coisa boa, e fez esse absurdo de mandar invadir o Carandiru, matando aquelas pessoas, que não tinham reféns, não tinham nenhum problema. O problema era segurar. Não deixar entrar água e comida e depois tomar conta." BANESPA O candidato também rechaçou a responsabilidade pela "quebra" do Banespa, e conseqüentemente sua privatização, e o culpou o PSDB de aderir ao Consenso de Washington, que preconizava o fechamento de bancos estatais. Ele também incluiu o PT à política. "Essa história de que "o Quércia quebrou o Banespa" fazia parte de um processo político. O Banespa tinha mais prestígio do que o Banco do Brasil. Eles tinham na cabeça que tinha que fechar o Banespa. Eles venderam o Banespa foi R$ 7 bilhões e pagaram R$ 2 bilhões. São Paulo tem crédito de R$ 5 bilhões para receber, e o governo tucano aceitou." COMPORTAMENTO O candidato também respondeu a perguntas polêmicas. Ele disse ser contra o aborto e a pena de morte e favorável à obrigatoriedade do voto e às cotas raciais nas universidades. Sobre a redução da maioridade penal, o ex-governador afirmou ser favorável a um mudança do ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente). "Não tem cabimento um jovem cometer o maior crime do mundo e não ser punido", afirmou ele. Sobre a união civil de homossexuais, o sexagenário disse não ser contra, mas fez ressalvas. "Não considero casamento nem acho que deva adotar filhos. Mas a união civil tudo bem, para direitos e deveres de companheiros que vivem juntos", afirmou Quércia. LULA E OS OUTROS O peemedebista afirmou ser "natural" o apoio do partido a Lula, caso seja confirmada sua reeleição em outubro. "Se o Lula for reeleito, vai acabar dando apoio. Já existe apoio do PMDB. O partido tem ministros. É uma coisa natural que venha a acontecer. Impressão que tenho. Não significa que vou apoiar isso. Se o Lula for reeleito é importante ajudá-lo. Interessa para nós, para o Brasil, não vamos querer prejudicar o presidente reeleito por ser contra o partido dele." Já sobre a candidata do PSOL, Heloísa Helena, a quem chamou de "mocinha", Quércia disse desconhecê-la e que preferia a eleição do pedetista Cristovam Buarque. "Se acreditasse na Heloísa Helena, poderia apoiar. Mas não a conheço. Cresceu nas pesquisas e tem valor muito grande. Eu, se acabar discutindo um pouco, acabo quem sabe ficando mais simpático a ela. Nunca pensei sobre isso. Uma pessoa simpática para mim é o Cristovam Buarque. Não tem chances de se eleger, mas a proposta para a educação é muito boa." Texto Anterior: Aliados do PSDB festejam ataque na TV e pesquisa Próximo Texto: Frase Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |