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Reformas na CCJ do Senado obrigam governo a tentar negociação casada
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A tramitação simultânea das reformas tributária e previdenciária
na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) do Senado está forçando o governo a uma negociação casada das duas propostas
com a oposição.
A falta de acordo provocou o
adiamento para hoje da escolha
do relator da reforma tributária. E
também levou ao adiamento para
esta tarde da reunião da CCJ destinada à votação dos 200 destaques da reforma da Previdência,
antes marcada para as 10h.
Para não fazer obstrução à tramitação das duas reformas, o PFL
está exigindo que o governo se
comprometa em alterar alguns
pontos dos dois textos, já aprovados pela Câmara.
O líder do PFL, José Agripino
(RN), considerou insuficiente o
compromisso do líder do governo, senador Aloizio Mercadante
(PT-SP), que afirmou haver disposição para negociar o mérito,
mas sem detalhar.
Na tentativa de envolver os governadores na negociação, Mercadante afirmou ontem que vai
participar da reunião de hoje do
presidente Luiz Inácio Lula da Silva com os 27 chefes dos Executivos estaduais e irá apresentar a
pauta de reivindicações da oposição na reforma da Previdência.
O PFL quer mudar as regras do
subteto salarial dos servidores do
Executivo estadual e criar uma
faixa de isenção da contribuição
de inativos e de desconto zero nas
pensões para pessoas com mais
de 70 anos ou fisicamente incapacitadas para o trabalho.
No caso da tributária, o PFL
pressiona o presidente da CCJ,
Edison Lobão (PFL-MA), a designar um senador do partido como
relator -o indicado é Rodolpho
Tourinho (PFL-BA)-, mas aceita a indicação de Romero Jucá
(PMDB-RR), como quer o governo, em troca do compromisso do
Planalto de alteração no mérito da
proposta.
O partido quer a inclusão de benefícios para os municípios e redução dos dispositivos que, na interpretação da oposição, podem
acarretar aumento da carga tributária.
(RAQUEL ULHÔA)
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