São Paulo, quinta-feira, 30 de setembro de 2004

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CAMPO MINADO

PM impede ação, em protesto por desapropriação anulada; 16 se ferem

MST tenta invadir tribunal no Rio

FREE-LANCE PARA A FOLHA

Com gás lacrimogêneo e sprays de pimenta, cerca de 30 policiais militares impediram ontem a entrada de 200 manifestantes no prédio do Tribunal Regional Federal no Rio. O protesto foi liderado pelo MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), mas também teve a participação de trabalhadores sem ligação com os sem-terra, e deixou 15 manifestantes e um policial feridos.
A tentativa de invasão ocorreu após a 4ª turma de desembargadores anular o processo de desapropriação da área de 3.502 he onde funcionava a usina de cana Cambaíba, em Campos (RJ), fechada em 1998. Em 2000, a área foi invadida por 410 famílias, que têm cultivos agrícolas no local.
O processo da desapropriação, iniciado em 1998, foi embargado pelos donos da usina porque não houve perícia para comprovar se a área era improdutiva. Após o protesto, os manifestantes foram à sede regional do Incra para pedir ao superintendente Claudir Furtado que recorra da decisão.
"A polícia agiu de forma arbitrária", afirmou a advogada Ana Cláudia Tavares, assessora jurídica do MST. "Fui impedir a agressão a um trabalhador que só queria protestar de forma pacífica e acabei sendo agredida", disse. Segundo ela, uma mulher grávida de oito meses passou mal com os efeitos do gás lacrimogêneo.
O comandante do 5º Batalhão, tenente-coronel Roberto Rocha Barros, alegou que a PM usou "a força necessária para impedir uma depredação". "Arbitrário é invadir um prédio público", disse.


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