São Paulo, sexta-feira, 30 de setembro de 2005

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Cúpula entusiasma venezuelano

CLÁUDIA DIANNI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

LUCIANA COELHO
ENVIADA ESPECIAL A BRASÍLIA

O projeto de integração da América do Sul aproxima o presidente Luiz Inácio Lula da Silva mais de Hugo Chávez, da Venezuela, do que de seus colegas do Mercosul. Como é de costume, o venezuelano demonstrou ontem forte entusiasmo pela recém-criada Casa (Comunidade Sul-Americana de Nações), projeto impulsionado por Lula, na abertura do encontro de cúpula dos chefes de Estado dos 12 países.
Os presidentes da Argentina e do Paraguai, porém, reservaram poucas horas para o evento. O presidente do Uruguai, até ontem, não planejava comparecer.
"Sei que nosso povo terá sucesso. Fracassam os que pretendem frear os ventos da integração. Esse é o único caminho", disse Chávez. Enquanto Chávez enfatiza em mais um de seus discursos os efeitos da união política da América do Sul -embora também defenda a integração física e o comércio-, os sócios do Cone Sul estão mais interessados em acordos comerciais que dêem acesso ao mercado brasileiro, e não mostram o mesmo entusiasmo que o vizinho do norte.
O presidente da Argentina, Néstor Kirchner, só decidiu comparecer anteontem. Horas antes, o chanceler Celso Amorim telefonou ao colega argentino, Rafael Bielsa, do avião, na volta de Washington, para insistir no convite.
De modo semelhante, ontem o Itamaraty fazia contatos para que o presidente uruguaio, Tabaré Vázquez, participasse.
O único parceiro do Brasil no Mercosul a confirmar com antecedência a participação no evento foi o paraguaio Nicanor Duarte, que deveria passar poucas horas em Brasília. Está previsto desembarque hoje de manhã e retorno por volta de 14h, após a reunião de chefes de Estado. O motivo, segundo a embaixada paraguaia, era um encontro de primeiras-damas que ocorre em Assunção.
A Embaixada da Argentina não sabia confirmar se Kirchner ficaria até o encerramento da cúpula.
Todos os presidente da Comunidade Andina, com exceção da Colômbia, participaram do jantar ontem. Estavam Alejandro Toledo (Peru), Chávez, Eduardo Rodríguez (Bolívia), e Alfredo Palácios (Equador), além de Ricardo Lagos (Chile).
Até agora o principal anúncio da cúpula foi um investimentos de US$ 2,5 milhões entre a Petrobras e a venezuelana PDVSA para a construção de uma refinaria em Pernambuco. Há três frentes no projeto de integração da Casa: a conexão física pela infra-estrutura, a formação de uma área de livre comércio entre os 12 países e a coordenação política da região para aumentar o peso dos países em fóruns internacionais.


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