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Cúpula entusiasma venezuelano
CLÁUDIA DIANNI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
LUCIANA COELHO
ENVIADA ESPECIAL A BRASÍLIA
O projeto de integração da
América do Sul aproxima o presidente Luiz Inácio Lula da Silva
mais de Hugo Chávez, da Venezuela, do que de seus colegas do
Mercosul. Como é de costume, o
venezuelano demonstrou ontem
forte entusiasmo pela recém-criada Casa (Comunidade Sul-Americana de Nações), projeto impulsionado por Lula, na abertura do
encontro de cúpula dos chefes de
Estado dos 12 países.
Os presidentes da Argentina e
do Paraguai, porém, reservaram
poucas horas para o evento. O
presidente do Uruguai, até ontem, não planejava comparecer.
"Sei que nosso povo terá sucesso. Fracassam os que pretendem
frear os ventos da integração. Esse
é o único caminho", disse Chávez.
Enquanto Chávez enfatiza em
mais um de seus discursos os efeitos da união política da América
do Sul -embora também defenda a integração física e o comércio-, os sócios do Cone Sul estão
mais interessados em acordos comerciais que dêem acesso ao mercado brasileiro, e não mostram o
mesmo entusiasmo que o vizinho
do norte.
O presidente da Argentina, Néstor Kirchner, só decidiu comparecer anteontem. Horas antes, o
chanceler Celso Amorim telefonou ao colega argentino, Rafael
Bielsa, do avião, na volta de Washington, para insistir no convite.
De modo semelhante, ontem o
Itamaraty fazia contatos para que
o presidente uruguaio, Tabaré
Vázquez, participasse.
O único parceiro do Brasil no
Mercosul a confirmar com antecedência a participação no evento
foi o paraguaio Nicanor Duarte,
que deveria passar poucas horas
em Brasília. Está previsto desembarque hoje de manhã e retorno
por volta de 14h, após a reunião de
chefes de Estado. O motivo, segundo a embaixada paraguaia,
era um encontro de primeiras-damas que ocorre em Assunção.
A Embaixada da Argentina não
sabia confirmar se Kirchner ficaria até o encerramento da cúpula.
Todos os presidente da Comunidade Andina, com exceção da
Colômbia, participaram do jantar
ontem. Estavam Alejandro Toledo (Peru), Chávez, Eduardo Rodríguez (Bolívia), e Alfredo Palácios (Equador), além de Ricardo
Lagos (Chile).
Até agora o principal anúncio
da cúpula foi um investimentos
de US$ 2,5 milhões entre a Petrobras e a venezuelana PDVSA para
a construção de uma refinaria em
Pernambuco. Há três frentes no
projeto de integração da Casa: a
conexão física pela infra-estrutura, a formação de uma área de livre comércio entre os 12 países e a
coordenação política da região
para aumentar o peso dos países
em fóruns internacionais.
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