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ELEIÇÕES 2006 / CRISE DO DOSSIÊ
PF identifica a casa de câmbio que comprou dólares de petistas
Disk Line, com escritórios em São Paulo e no Rio, adquiriu os dólares das corretoras Action e EBS
Revelação ocorre depois das críticas da oposição; outra
parte dos recursos veio da corretora Pioneer e de uma
agência do banco Safra
ANDRÉA MICHAEL
SHEILA D"AMORIM
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A casa de câmbio Disk Line
foi quem comprou parte dos
US$ 248 mil apreendidos pela
Polícia Federal com petistas
que tentavam, no dia 15, negociar um dossiê contra o tucano
José Serra. Com escritórios em
São Paulo e Rio, a Disk Line é de
Marco Antônio Cursini.
Segundo a Folha apurou, os
dados do BC repassados à PF
apontam a Disk Line como
sendo a empresa que adquiriu
os dólares das corretoras Action e EBS, com sede em São
Paulo. O dinheiro negociado
por essas corretoras (cerca de
US$ 110 mil) fazia parte de um
lote de US$ 15 milhões comprado pelo banco Sofisa junto
ao Commerzbank de Frankfurt, no dia 15 de agosto.
A identificação de um dos
compradores dos dólares envolvidos no escândalo surge
um dia depois de a oposição
criticar duramente a PF e o ministro Márcio Thomaz Bastos
(Justiça) de estarem escondendo o nome do comprador. Horas após os senadores Tasso Jereissati (PSDB-CE) e Heráclito
Fortes (PFL-PI) saírem de um
encontro com o presidente do
BC, Henrique Meirelles, acusando Bastos de ser "cúmplice
de um crime", BC e PF começaram oficialmente a trabalhar
em conjunto nas investigações.
O BC divulgou nota na quinta-feira afirmando que não tinha sido procurado para ajudar
no rastreamento dos dólares.
Enquanto isso, a PF explicou,
em nota, que "em um levantamento realizado junto ao Banco Central constatou que a
operação de compra de dólares
pelo banco Sofisa S/A atendeu
a todas as exigência legais".
Ontem, o BC informou que
foi procurado pela PF no meio
da tarde, logo após ter sido divulgada a nota oficial relatando
a conversa de Meirelles com os
senadores. Muito antes disso, a
PF já sabia que parte dos US$
248 mil tinha sido comprado
por uma mesma pessoa em
quatro locais. Além das corretoras EBS e Action, uma outra
parte dos recursos veio da corretora Pioneer e duma agência
do banco Safra em São Paulo.
Ontem, o diretor da corretora Action, Ricardo Cardoso, informou que não havia sido procurado nem pela PF e nem pelo
BC. Ele explicou que opera regularmente com o banco Sofisa
mas que, em setembro, não fez
nenhuma compra de dólares
com a instituição. Em agosto,
comprou dólares do Sofisa.
Segundo Cardoso, todas as
operações realizadas estão devidamente registradas como
determinam as regras do BC. A
direção da EBS não respondeu
aos contatos da reportagem. Já
o diretor da Pioneer, João Medeiros, afirmou que há um ano
não opera com a Sofisa. O Safra
informou que tinha enviados
as informações solicitadas.
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