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memória
Edição de debate pelo "JN" em 1989 causou polêmica
DA REDAÇÃO
Em 1989, a edição do último debate do segundo turno
exibida pelo "Jornal Nacional" causou polêmica. A
emissora foi acusada de favorecer Fernando Collor.
Até o debate, Luiz Inácio
Lula da Silva (PT) vinha crescendo nas pesquisas e ameaçava a vitória de Collor.
O "JN" mostrou 3 minutos
e 34 segundos de falas de
Collor e 2 minutos e 22 segundos de Lula. Em todas
suas aparições, Collor atacou
Lula ou o PT. Lula não atacou Collor em nenhum dos
trechos exibidos pelo jornal.
Além das imagens, o "JN"
também usou uma pesquisa
do instituto Vox Populi com
números muito favoráveis a
Collor na avaliação que os
eleitores fizeram do debate.
Antes, a emissora preferia
usar os números do Ibope.
A Globo diz que sua edição
transmitiu a realidade do debate. Para Ricardo Kotscho,
então assessor de imprensa
de Lula, porém, a edição do
"JN" transformou uma simples vitória de Collor em um
"massacre".
A exibição no "JN" de uma
edição mais favorável a Collor do que a veiculada no
mesmo dia no "Jornal Hoje",
mais neutra, teria contado
com o aval de Roberto Marinho, dono das Organizações
Globo morto em 2003, ou,
dependendo da versão dos
jornalistas envolvidos no caso, teria sido fruto de uma ordem dele, contrariado com a
edição do "Jornal Hoje".
A edição gerou uma polêmica entre Marinho e o homem-forte da emissora, José
Bonifácio de Oliveira, que
em 17 de dezembro de 1989,
dia do segundo turno, disse à
Folha, que a edição ficara
"mais favorável a Collor" e
que houve "erro de avaliação" do jornalismo da Globo.
"Boni é o melhor especialista em televisão do Brasil,
mas nunca o tive como especialista em questões eleitorais", rebateu Marinho.
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