São Paulo, sábado, 30 de setembro de 2006

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memória

Edição de debate pelo "JN" em 1989 causou polêmica

DA REDAÇÃO

Em 1989, a edição do último debate do segundo turno exibida pelo "Jornal Nacional" causou polêmica. A emissora foi acusada de favorecer Fernando Collor.
Até o debate, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vinha crescendo nas pesquisas e ameaçava a vitória de Collor.
O "JN" mostrou 3 minutos e 34 segundos de falas de Collor e 2 minutos e 22 segundos de Lula. Em todas suas aparições, Collor atacou Lula ou o PT. Lula não atacou Collor em nenhum dos trechos exibidos pelo jornal.
Além das imagens, o "JN" também usou uma pesquisa do instituto Vox Populi com números muito favoráveis a Collor na avaliação que os eleitores fizeram do debate. Antes, a emissora preferia usar os números do Ibope.
A Globo diz que sua edição transmitiu a realidade do debate. Para Ricardo Kotscho, então assessor de imprensa de Lula, porém, a edição do "JN" transformou uma simples vitória de Collor em um "massacre".
A exibição no "JN" de uma edição mais favorável a Collor do que a veiculada no mesmo dia no "Jornal Hoje", mais neutra, teria contado com o aval de Roberto Marinho, dono das Organizações Globo morto em 2003, ou, dependendo da versão dos jornalistas envolvidos no caso, teria sido fruto de uma ordem dele, contrariado com a edição do "Jornal Hoje".
A edição gerou uma polêmica entre Marinho e o homem-forte da emissora, José Bonifácio de Oliveira, que em 17 de dezembro de 1989, dia do segundo turno, disse à Folha, que a edição ficara "mais favorável a Collor" e que houve "erro de avaliação" do jornalismo da Globo.
"Boni é o melhor especialista em televisão do Brasil, mas nunca o tive como especialista em questões eleitorais", rebateu Marinho.


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