São Paulo, terça-feira, 30 de setembro de 2008

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Painel

RENATA LO PRETE - painel@uol.com.br

Não me deixem só

Para Geraldo Alckmin, o dia seguinte ao debate da Record foi de cobranças ao PSDB -nacional, estadual e paulistano. Ao exigir manifestações de apoio de seu partido, o candidato, atrás de Gilberto Kassab (DEM) nas pesquisas, chegou a dizer que "vencer é secundário, o que importa é a coerência". Até a noite de ontem, tal esforço havia resultado numa nota morna do presidente da sigla, Sérgio Guerra, e numa declaração de Aécio Neves ("acredito ainda na sua possibilidade de ir ao segundo turno e também nas suas melhores condições de vencer as eleições".)
O provável cancelamento do debate da Globo, na quinta, foi recebido como má notícia por Alckmin, que contava com o evento para reverter sua situação.



Equilibrista. Em sua manifestação pró-Alckmin, Aécio citou um dos principais líderes do DEM, partido com o qual o candidato dinamitou todas as pontes: "sobre São Paulo, como disse Jorge Bornhausen, quanto menos nós falarmos, mais ajudamos".

Help. Campos Machado, vice de Alckmin, promete colocar 10 mil voluntários do PTB nas ruas a partir de amanhã.

Kassabinho. Quando não estava perguntando ou respondendo, o prefeito passou boa parte do debate da Record trocando de lugar uma jovial mochila que levou para o estúdio. Era grande a curiosidade para saber o que havia ali.

Pró-jovem. Em apuros em SP, Alckmin virou exemplo em Porto Alegre. "Ele foi prefeito de Pindamonhangaba aos 23 anos", diz Juliano Cordelini, coordenador da campanha de Manuela D'Ávila, que tenta se vacinar contra a percepção de inexperiência.

Sangue. No debate de anteontem, Luciana Genro (PSOL) acusou Maria do Rosário de se aliar ao grupo adversário de seu pai no PT: "Você quer trazer a turma do Zé Dirceu para a prefeitura".

Mutirão. Em queda nas pesquisas após visita de Lula a Natal, a campanha de Fátima Bezerra (PT) fez reunião de emergência. Ficou acertado que Wilma de Faria (PSB) e Garibaldi Alves (PMDB) cancelariam agenda no interior para se dedicarem à capital.

Derrubada 1. Do governador de Mato Grosso, Blairo Maggi (PR), sobre a lista que aponta o Incra como o principal vilão da Amazônia: "Os números mostram que o próprio governo não consegue controlar o desmatamento. É uma contradição. Ao cumprir o papel social de ceder as terras, não evita as derrubadas".

Derrubada 2. O Incra se queixa de que o Ministério do Meio Ambiente, ao divulgar os dados, priorizou o tamanho dos terrenos desmatados e não o percentual da área por habitante -num assentamento vivem centenas de colonos. O órgão alega que o critério serviu para tirar os fazendeiros do topo da lista.

Antecedentes 1. Superintendente do Incra-MT no período em que o órgão bateu recorde de desmatamento, segundo lista divulgada ontem pelo governo, Leonel Wohlfahrt foi condenado em fevereiro deste ano pelo Tribunal de Contas da União pela aquisição de terras impróprias para reforma agrária. Recebeu multa de R$ 10 mil e está proibido de exercer cargo de confiança por cinco anos. Ele recorre da decisão.

Antecedentes 2. Indicado à superintendência pelo PT e por movimentos sociais, Wohlfahrt acabou perdendo o cargo em outubro do ano passado, depois de longo desgaste, por alegados "problemas de gestão". Foi substituído por um servidor de carreira.

Visita à Folha. Luciano Coutinho, presidente do BNDES, visitou ontem a Folha, onde foi recebido em almoço. Estava acompanhado de Paulo Todescan Lessa Mattos, chefe-de-gabinete, e de Fabio Kerche, assessor.

com FÁBIO ZANINI e SILVIO NAVARRO

Tiroteio

"Lula poderia seguir o ensinamento do ex-ministro Agamenon Magalhães: político, antes de dormir, deve colocar um alfinete embaixo do travesseiro para perceber que seu corpo dói igual ao de todo mundo."

Do senador HERÁCLITO FORTES (DEM-PI) sobre o presidente, que se comparou a Jesus Cristo ao discursar sábado em Guarulhos.

Contraponto

Falando francamente

Ao final do modorrento depoimento de Francisco Ambrósio à CPI dos Grampos, na quarta-feira passada, o deputado federal José Edmar (PR-DF), suplente que acaba de assumir o mandato, pediu a palavra. Mesmo não sendo membro da comissão, deu início a uma fala interminável sobre a "ditadura dos grampos" no país e, em seguida, lançou um desafio ao araponga:
-Senhor Ambrósio, eu tenho uma pergunta muito simples para lhe fazer...
O plenário parou para escutar.
-Por favor, me diga: quem afinal grampeou a conversa do ministro Gilmar Mendes?


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