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JUDICIÁRIO
Geraldo Brindeiro recomenda ao STF que negue mandado de segurança no qual juízes pedem reajuste
Procurador pede rejeição a aumento
da Sucursal de Brasília
O procurador-geral da República, Geraldo Brindeiro, recomendou ao STF (Supremo Tribunal
Federal) que rejeite o mandado de
segurança em que os juízes tentam obter aumento de salário pela
via judicial.
Se esse parecer for acolhido, estará sepultada a possibilidade de o
STF encontrar uma "solução doméstica" para a reivindicação salarial da magistratura, diante do
impasse na fixação do teto do funcionalismo em R$ 12.720.
Os ministros do Supremo consideram inadequada a alternativa
existente a essa ação, que seria a
autorização do aumento por decisão administrativa.
Nos dois casos, está em jogo a
incorporação ao salário dos próprios ministros do STF do auxílio-moradia, de R$ 3.000, pago a
alguns deputados federais. Qualquer alteração na remuneração
do Supremo tem reflexo automático na dos demais magistrados.
A ação foi proposta pela Ajufe
(Associação dos Juízes Federais
do Brasil), que aprovou nesta semana a preparação de greve, que
seria realizada ainda neste ano.
Para os ministros do STF, a autorização administrativa de aumento salarial implicaria desgaste
político ainda maior que a sua
concessão por meio de um processo judicial.
No entanto, o procurador recomendou o arquivamento da ação,
em um parecer no qual apresenta
vários argumentos.
Segundo Brindeiro, os ministros do STF não são juízes federais
e, por isso, a Ajufe não pode representar suposto interesse deles
-a equivalência salarial com os
deputados federais.
O procurador também afirma
que somente alguns deputados
federais (81) receberiam o auxílio-moradia e que muitos deles comprovam despesa de moradia, como recibo de aluguel ou conta de
hotel. Segundo ele, a verba não integra a remuneração normal dos
deputados e não é paga aos senadores. Ela só existiria para compensar déficit de apartamentos
funcionais. Na próxima quinta-feira, a AMB (Associação dos Magistrados Brasileiros) vai promover um dia nacional de protestos.
Riscos
O ministro do STF (Supremo
Tribunal Federal) Sepúlveda Pertence disse ontem que há "riscos
evidentes" no projeto de lei
2.961/97, em tramitação no Congresso, que restringe a divulgação
de informações por integrantes
do Ministério Público sobre processos em andamento na Justiça.
"Na medida em que visa a proteger o direito à intimidade, à presunção de não-culpabilidade, ele
(o projeto) é absolutamente justo.
Mas é de temer que sua utilização
possa servir como mecanismo de
contenção da ação do Ministério
Público, que é um órgão ativo e
não deve ser cerceado", afirmou.
Ele participou ontem do 16º Encontro Nacional dos Procuradores da República, no Rio. Procuradores da República de todo o
país vão divulgar amanhã mensagem de repúdio ao projeto de lei.
Esse foi um dos temas debatidos
ontem no encontro. Os participantes decidiram que uma carta a
ser elaborada ao final do evento
vai incluir uma moção de repúdio
ao projeto de lei, que vem sendo
chamado pelos procuradores de
"projeto cala boca".
O projeto proíbe que membros
do Ministério Público, dos Tribunais de Contas e autoridades "policiais e administrativas" falem a
qualquer veículo de comunicação
sobre investigações, inquéritos ou
processos em andamento.
O presidente da ANPR (Associação Nacional dos Procuradores da República), Carlos Frederico Santos, disse que o projeto "fere os direitos de informação e depõe contra a sociedade".
Colaborou a Sucursal do Rio
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