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SEGURANÇA
Greve da PM em Pernambuco completa 12 dias
Grevistas acreditam que terão mais apoio com o fim da eleição
DA AGÊNCIA FOLHA, EM RECIFE
DO ENVIADO ESPECIAL A RECIFE
Os líderes da greve da Polícia
Militar de Pernambuco acreditam
que o fim da eleição em Recife trará apoio de políticos e de entidades da sociedade civil para pressionar o governo do Estado a negociar e terminar com a paralisação, que completa hoje 12 dias.
"Com o resultado das eleições,
os deputados que não se engajaram no movimento tendem a entrar na negociação. Nossa esperança é que consigam intermediar um acordo", disse o soldado
Moisés Filho, principal líder do
movimento e diretor da Associação de Cabos e Soldados da PM e
do Corpo de Bombeiros.
"Não vou arrefecer. Só negocio
se voltarem aos quartéis", repetiu
ontem o governador Jarbas Vasconcelos (PMDB), sinalizando
que não aceitará uma tentativa de
negociação antes do fim do movimento. O governador considerou
"péssimo para Pernambuco e para o Brasil" a eventual adesão explícita do MST (Movimento dos
Trabalhadores Rurais Sem Terra)
aos grevistas acampados.
O MST estuda a possibilidade
levar seus filiados à frente do Palácio do Campo das Princesas. "Já
declaramos apoio, mas agora poderemos participar das manifestações se houver um entendimento (com os grevistas)", disse o líder do MST Jaime Amorim.
"Todo o apoio é bem-vindo.
Aceitamos, desde que não haja
tentativa de interferência no comando", disse Moisés. Na última
sexta, os grevistas avaliavam que a
adesão era de 50% dos 18 mil homens da tropa. O governo estimava participação de apenas 13%.
Hoje, porém, os grevistas querem dar uma demonstração de
força, levando 3.000 manifestantes para a frente do governo a fim
de forçar uma nova negociação.
Há três dias, falavam em 5.000.
Na sexta, Cabo Júlio, deputado
federal do PL e líder da greve da
PM mineira em 97, assumiu o comando da paralisação. Os discursos inflamados de Cabo Júlio e a
chegada à capital de grevistas do
interior deram ânimo a um movimento que se enfraquecia, segundo avaliação de seus líderes.
O reforço da greve ocorreu após
os líderes do movimento terem
recuado duas vezes em 48 horas.
Primeiro, a reivindicação salarial
para um soldado em início de carreira caiu de cerca R$ 900 para
aproximadamente R$ 750. Depois, os grevistas aceitaram que
não fosse fixado um piso mínimo.
Eles pedem que o governo dê algum sinal do valor de aumento
real. Hoje, o piso da categoria é de
pouco mais de R$ 600.
(FÁBIO GUIBU, KENNEDY ALENCAR)
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