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SÃO PAULO
Pepebista afirma que não abandonará os pobres e humildes por causa do apoio
dado a ele nestas eleições municipais e também declara que não vai "pendurar as chuteiras"
Maluf diz rezar por gestão "maravilhosa"
PATRICIA ZORZAN
LILIAN CHRISTOFOLETTI
DA REPORTAGEM LOCAL
Mesmo derrotado nas urnas
paulistanas, o ex-prefeito Paulo
Maluf, 69, afirmou ontem que se
considera um "vitorioso". Ele disse que vai "rezar" para que a petista Marta Suplicy faça uma administração "maravilhosa" para o
município de São Paulo.
Depois de votar às 8h15, na Faculdade de Engenharia de São
Paulo, Maluf voltou para sua casa,
no Jardim Europa, e só comentou
a derrota por volta das 18h, com a
divulgação das primeiras pesquisas de boca-de-urna.
Dizendo não ter "dependurado
as chuteiras" na carreira pública,
o pepebista declarou estar "alegre" com o resultado -que foi
acima do esperado pela própria
cúpula do partido.
"Se as pesquisas (de boca-de-urna) estiverem corretas, terei
cerca de 2,5 milhões de votos. O
que, depois da candidata do PT, é
a maior votação individual do
país. Com o apoio dos pobres e
dos humildes, que nunca me faltaram, sou obrigado, em solidariedade a eles, a continuar na vida
pública. Não vou abandoná-los.
Eu me considero um vitorioso."
Porém o candidato, que já afirmou ter interesse em concorrer
para o governo do Estado de São
Paulo em 2002, não quis confirmar uma futura candidatura.
"Não tenho compromisso de
ser candidato a nada, a não ser o
de continuar trabalhando pelos
que me elegeram", disse.
Assessores de Maluf afirmaram,
no entanto, que o ex-prefeito já
recebeu diversos convites para visitar o interior de São Paulo, de
olho já em 2002.
Alguns malufistas mais "animados" defendem que o ex-prefeito
seja candidato à Presidência da
República. Avaliam que, se o pepebista conseguiu sozinho cerca
de 40% dos votos válidos em São
Paulo, isso mostra que o malufismo está mais vivo do que nunca e
que o ex-prefeito tem fôlego para
chegar à presidência.
Como fatores da "vitória", Maluf aponta seu isolamento político
e o apoio que Marta Suplicy recebeu de diversos partidos: "Ela fez
a maior coligação do país".
"Sei que a votação que tive veio
de pessoas que receberam benefícios em minhas administrações
anteriores, veio principalmente
dos pobres da periferia, com as
bênçãos de Deus", afirmou o pepebista, que, por duas vezes, foi
prefeito de São Paulo.
O ex-presidente regional do
PPB e um dos coordenadores da
campanha malufista, Marcelino
Romano Machado, disse que o resultado foi "muito acima do esperado" e que a imagem do prefeito
de São Paulo, Celso Pitta, foi "desvinculada" da imagem de Maluf.
A gestão de Pitta, ex-afilhado
político e sucessor de Maluf, foi
alvo de uma série de denúncias de
corrupção e de loteamento da administração municipal.
Na avaliação de Machado, o pepebista poderia ter conquistado a
prefeitura se tivesse tido mais
tempo para a campanha.
Oração
O pepebista, que pela manhã
comparou uma possível derrota
dele para o PT com a derrota da
cidade de São Paulo, afirmou "rezar" para que a candidata eleita,
Marta Suplicy, faça a "melhor"
administração de São Paulo.
Os dois passaram quase todo o
segundo turno da campanha trocando acusações. Maluf chamou a
petista de "permissiva" e de "devassa", e foi por ela taxado de "ditador" e de "nefasto".
Após ter conhecimento de sua
derrota, Maluf mudou o discurso.
"Rogo a Deus para que a dona
Marta faça uma administração
melhor do que aquela que eu esperava fazer, rezo para que ela faça uma gestão bem sucedida",
disse Maluf, que chegou a classificar a petista de "incompetente".
Maluf, que deve permanecer no
Brasil até o Natal, disse que vai comemorar sua "vitória" com a mulher, Sylvia.
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