PAULO PEIXOTO
RANIER BRAGON
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE

Célio de Castro (PSB), 68, foi reeleito prefeito de Belo Horizonte, batendo o PSDB pela segunda vez consecutiva. Com o final da apuração, o prefeito ficou com 54,94% dos votos válidos, contra 45,06% do rival, o deputado estadual João Leite, 45.
Em 1996, quando foi eleito prefeito, Célio venceu a disputa no segundo turno também contra um tucano, Amilcar Martins.
Apesar de ter liderado a disputa eleitoral na capital mineira desde o início da campanha, o prefeito, durante todo o dia de ontem, evitou o "já ganhou". Ele só se manifestaria sobre o resultado à noite, mas desde o fechamento das urnas, às 17h, os fogos de artifício já estouravam no seu comitê.
Pela manhã, Célio disse que estava "feliz" com a aprovação popular de sua administração. Ele afirmou que esse resultado é fruto de um trabalho de equipe, formada por "pessoas honestas e competentes".
"Passamos por uma avaliação rigorosa da população durante todos esses oito anos. Chegar ao final desse período com uma aprovação popular de mais de 60%, incluindo ótimo e bom, é um resultado excelente e, se não me engano, inédito", afirmou ele, ressaltando a dobradinha vitoriosa com o PT.
Essa dobradinha teve início na eleição de 1992, quando o petista Patrus Ananias foi eleito prefeito e Célio era o vice. Agora, o vice é o petista Fernando Pimentel que comandou, por quase oito anos, a área econômica na capital.
Célio voltou a afirmar ontem que a sua vitória e m Belo Horizonte é "importante para a consolidação da oposição ao governo federal". Foi contestando as ações econômicas e sociais do governo FHC que ele se manteve sempre na dianteira.
O prefeito negou que pretenda ser candidato ao governo do Estado, em 2002, conforme insinuar am os tucanos durante a campanha. "Quero cumprir meu mandato integralmente. Essa especulação não tem fundamento."
O tucano João Leite não havia se manifestado até o fechamento desta edição. Ele não admitiu a vitória do seu concorrente em nenhum momento durante todo o dia de ontem, pelo contrário. "A minha confiança é total", disse ele ao votar pela manhã, acompanhado da mulher e dos filhos, que usavam a máscara do pai.
Leite, no entanto, disse que, como deputado estadual, vai trabalhar contra a reeleição. "Essa eleição mostrou que a reeleição não pode continuar, não é democrático, é injusto. O uso da máquina (administrativa) ficou claro. A minha ação não será casuística. Vou trabalhar contra a reeleição em todos os níveis (de governo)."


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