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Derrotado nas urnas, petista afirmou que sentimento contra o partido se propagou no Estado e o comparou ao anti-semitismo
Tarso culpa "antipetismo raivoso" por derrota
LÉO GERCHMANN
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE
O ex-prefeito de Porto Alegre
Tarso Genro (PT), candidato derrotado na disputa ao governo
gaúcho, definiu o ""antipetismo
raivoso" como uma das causas
para o resultado da eleição e o
comparou ao anticomunismo e
ao anti-semitismo.
"Se formou no Estado, em pequena parte da sociedade, o que
podemos chamar de antipetismo.
Isso vai desde o pesado cerco que
nosso governo sofreu até outras
razões com as quais podemos ter
colaborado, em erros que tenhamos cometido. Vamos submeter
isso a um exame."
"Essa postura, com eco social,
substitui outras culturas históricas da direita. Em um período
houve o ranço anticomunista. Na
ditadura militar, havia o ranço
antidemocrático. Esse ranço faz
parte de uma cultura autoritária,
intolerante e preconceituosa, que
ora é anticomunista, ora é antidemocrática, ora é anti-semita, e
agora se tornou antipetista, nesta
conjuntura", disse ele.
Outro motivo atribuído por
Tarso ao revés sofrido por sua
campanha foi a morte do coordenador político de sua campanha,
José Eduardo Utzig. Segundo ele,
a perda de Utzig abalou a todos
num momento importante.
Tarso isenta de responsabilidade a administração de Olívio. "Há
um conjunto de fatores que determinou [a derrota]." Diz, porém,
que houve um erro ao se intensificar a disputa com Antônio Britto
(PPS) no primeiro turno.
Hoje, haverá uma definição do
cronograma de reuniões do PT
para debater a derrota. Dois grupos de tendências dividem o partido. De um lado, está o PT Amplo
e Democrático, o Rede e o Pólo de
Esquerda, que apoiaram Tarso.
Do outro, a DS (Democracia Socialista), a UPS, Ação Democrática e Articulação de Esquerda, que
são "olivistas".
Os temas mais polêmicos são o
fato de Tarso ter deixado a Prefeitura de Porto Alegre para concorrer ao governo, seu discurso contra a administração de Olívio, que
teria mostrado certa rejeição do
próprio PT ao governo, a disputa
acirrada na prévia e a própria
atuação do governo.
Ontem, Tarso reconheceu um
erro bem recebido pelo vice-governador Miguel Rosseto, que é
da DS: "Esta foi a campanha mais
unitária e ampla que o partido já
fez. E aqui está falando um companheiro de partido que integra o
campo político que não participou tão intensamente na campanha de Olívio".
Alguns nomes têm sido cotados
pelo PT gaúcho para compor o
ministério de Lula. Por estarem
sem mandato, a hipótese mais
trabalhada é a de que Olívio seja
ministro. Restaria, segundo os petistas gaúchos, definir se seria da
Agricultura, da Reforma Agrária
ou da Integração Regional. Olívio
não nega, mas evita falar.
O vice-governador Miguel Rossetto, também sem cargo, é outro
citado, assim como o senador
eleito Paulo Paim. Quanto a Tarso, sua relação com o presidente
nacional do PT, José Dirceu, teria
sofrido um forte desgaste.
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