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FINANÇAS PÚBLICAS
Levy diz que controle de gastos na "boca do caixa" não existe
Pastas guardam R$ 2 bi, diz Tesouro
SÍLVIA MUGNATTO
RANIER BRAGON
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Apesar da penúria de algumas
pastas, o Tesouro Nacional garante que o conjunto dos ministérios
tem mais de R$ 2 bilhões guardados em seus caixas. O número foi
medido no final de setembro.
"Estamos seguindo a programação de liberações", disse o secretário do Tesouro, Joaquim
Levy, informando, portanto, que
não está acontecendo um controle dos gastos na "boca do caixa".
Levy reconheceu, porém, que é
um problema alguns ministérios
terem caixa enquanto outros precisem de dinheiro. "Talvez o dinheiro não esteja distribuído de
maneira homogênea", afirmou. O
secretário explicou que, de qualquer forma, os gastos serão acelerados até dezembro.
Deputados da Comissão Mista
de Orçamento afirmaram que
problemas burocráticos aliados à
demora na aprovação de alguns
créditos por parte do próprio
Congresso podem estar atrapalhando a aplicação dos recursos.
"Só os créditos que estão parados aqui, na comissão, aguardando aprovação, superam R$ 1 bilhão. Agora, é possível que haja,
por problemas burocráticos ou,
até por inexperiência dos ministérios novos, dificuldades operacionais no uso do dinheiro já na "boca do caixa'", afirmou o deputado
Carlito Merss (PT-SC).
O Ministério das Relações Exteriores, por exemplo, está tendo
problemas com a manutenção
das embaixadas no exterior.
Levy lembrou que os ministérios podem empenhar (contratar)
o dinheiro para pagar mais tarde.
Mas afirmou que o total de restos
a pagar (despesas que passam de
um ano para outro) deste ano será
menor que o total herdado de
2002, de R$ 10 bilhões.
O vice-presidente da Comissão
de Orçamento, deputado Pauderney Avelino (PFL-AM), disse, porém, que, pelos levantamentos da
comissão e o atual ritmo de gastos, os restos a pagar devem ficar
iguais aos herdados em 2002 ou
subir para R$ 11 bilhões.
O documento do Tesouro sobre
as contas públicas de setembro
diz que houve uma "substancial
redução nas despesas com custeio
e capital (investimento) dos órgãos da administração pública".
Segundo o Tesouro, nas áreas
sociais, as pastas gastaram 93,1%
dos seus limites até setembro. Os
demais ministérios tiveram uma
performance menor, de 76,7%.
No ano, as despesas do governo
cresceram 9,8%. O maior aumento foi nos benefícios previdenciários, de 18,8%. As despesas de manutenção da máquina pública e
de investimentos foram reduzidas em 1,2%.
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