São Paulo, sábado, 30 de outubro de 2004

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RETA FINAL

Alckmin e Luiz Gushiken assistiram ao embate; José Dirceu reclamou de Chico Pinheiro com executivos da Globo

Platéia vip ignora script da TV e é censurada

CHICO DE GOIS
CATIA SEABRA
DA REPORTAGEM LOCAL

Numa platéia integrada por ministros, senadores, secretários, deputados e até pelo governador Geraldo Alckmin, o que sobressaiu foi o rígido modelo de disciplina imposto pela TV Globo.
No único momento em que a platéia fugiu ao scprit acertado com as campanhas e repassados pela direção da emissora, o apresentador Chico Pinheiro, mediador do debate, pediu para os presentes se calarem.
O "pito" ao vivo ocorreu no terceiro bloco. José Serra (PSDB) falava sobre um projeto para distribuir remédios a pacientes crônicos. "Acho bom que a prefeitura gostou tanto da idéia que até começou a pôr em prática esse programa", dizia Serra. "É que Marta faz", gritou, da platéia, o vereador eleito Paulo Fiorillo (PT).
Pinheiro, então, pediu para que se respeitasse o silêncio, como havia sido solicitado. Do lado do PSDB, alguém berrou: "Foi o PT quem gritou." E Pinheiro: "Não importa se foi do PT ou do PSDB." E fez-se silêncio.
O formato do debate seguiu padrões norte-americanos. Os fotógrafos foram chamados 30 minutos antes do início para fotografar os candidatos. No palco, um diretor orientava. "Pode entrar, Marta". "Agora é a sua vez, senador Serra." Foram dez minutos de fotos. Por duas vezes os candidatos trocaram um aperto de mãos, a pedido dos fotógrafos. Quando pediram para repetir o gesto mais uma vez, o diretor interveio: "Vamos, gente, tem pouco tempo".
Até mesmo o aplauso aos candidatos ao entrar no estúdio foi previamente acertado.
Na platéia, Alckmin, que pela primeira vez foi presenciar o debate na TV, ficou irritado com os números citados por Marta. "Ela está confundindo tudo e citando números totalmente errados", dizia. Ao lado de Alckmin, o secretário estadual da Segurança Pública, Saulo de Abreu Castro. Quando a prefeita citou o deficiente físico que cobrou Serra na propaganda de Paulo Maluf (PP), a platéia tucana reagiu: "Baixaria!"
Do lado petista, os ministros José Dirceu (Casa Civil), e Luiz Gushiken (Secretaria de Comunicação), estreavam nos debates. Dirceu se disse indignado por Chico Pinheiro ter interrompido Marta quando ela pedia desculpas pelo bate-boca travado com o jornalista em 2003. "Foi uma grosseria."
Ao final do debate, Dirceu foi reclamar de Pinheiro com Carlos Henrique Schroder (diretor da Central Globo de Jornalismo) e Ali Kamel (diretor-executivo de Jornalismo). Houve bate-boca. Os executivos Globo disseram que o ministro não poderia responsabilizar a TV caso Marta perca.


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