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CAMPANHA NA TV
Candidatos fazem apelos emocionais no último programa; tucano repassou origem e petista, projetos
Serra agradece eleitor; Marta pede voto 'justo'
FLÁVIA MARREIRO
DA REDAÇÃO
Antes da aparição ao vivo e à
flor da pele no debate da Globo,
José Serra e Marta Suplicy surgiram em longos discursos no último programa eleitoral. A petista
fez um apelo "pela virada": disse
não ser "justo" não votar nela. O
tucano, mais otimista, agradeceu
aos eleitores e disse que está em
jogo a escolha dos "jeitos de ser"
dos candidatos.
Marta apostou mais uma vez
nas vitrines da gestão. Levou seis
minutos e quarenta segundos
-quase 70% do tempo do programa- para contar histórias de
pessoas beneficiadas por programas como o Renda Mínima e o
Bilhete Único. Dedicou mais tempo a uma delas: a da mulher que
não se conformava de a vizinha
beneficiária da prefeitura votar no
Serra: "Direito [de votar no tucano] ela tem, mas não é justo". A
moral de Duda Mendonça: Marta
merece ficar. "Não peço apenas
voto de confiança, peço voto de
Justiça", arrematou a prefeita.
A versão petista do discurso do
medo, repisada na reta final, reapareceu: "Tenho muito receio disso acontecer", disse Marta sobre a
possibilidade de ver seus projetos
"minguarem" com Serra.
A fala foi pausada, entrecortada
por closes da candidata, calculadamente sentimental, nos temas e
nas palavras: expressões como
"abrir o coração" e "confessar"
foram usadas para falar de mães
idosas e de crianças.
A campanha exibiu cenas recentes de campanha e números
das pesquisas. Entoou o jingle
"Vira, vira, vira, virou" -também martelado em inserções.
Líder nas pesquisas, Serra começou por agradecer ao eleitorado por escolhê-lo. Falou por quatro minutos e nove segundos para
reforçar suas características, bem
avaliadas pelo eleitor. A moral de
Serra: o eleitor escolherá domingo, mais do que obras e projetos,
"valores", "jeitos de ser", "maneiras de ver o mundo".
Mencionou a origem na Mooca,
onde "nunca recebeu nada de
mão beijada", repassou seu currículo na política. Foi seguido por
clipes do Serra popular, abraçando os eleitores. O governador Geraldo Alckmin (PSDB), onipresente, pediu votos para o afilhado
-no PT, o presidente Lula surgiu
no discurso e em clipe.
Ambos citaram Deus -ação
prudente na eleição paulistana,
onde a ausência da menção já teve
peso. Dos dois lados, a moral da
campanha: concepção de Estado
assistencialista. Eleitores emocionados agradecendo à prefeita e ao
ex-ministro por políticas públicas. O marketing político evolui?
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