São Paulo, sábado, 30 de outubro de 2004

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VITÓRIA

Candidato do PSDB "paulistaniza" disputa com PT na capital capixaba

PAULO PEIXOTO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM VITÓRIA

Correndo contra o tempo para tirar a vantagem do PT na disputa pela Prefeitura de Vitória, o candidato do PSDB, César Colnago, procura "paulistanizar" a campanha, acusando o seu rival, o petista João Coser, de se aliar ao PP de Paulo Maluf (SP).
O clima da disputa é carregado, com ataques disparados pelos dois lados desde o primeiro turno. Antes era Coser quem mais batia, agora é Colnago. A posição nas pesquisas determina quem ataca -a do Ibope aponta o petista com 52% das intenções de voto, contra 35% do tucano.
O PSDB liga o apoio de Maluf à petista Marta Suplicy, em São Paulo, ao apoio que Coser recebe agora de Nilton Baiano, candidato do PP derrotado no primeiro turno. Colnago critica propostas do rival, como a construção de um metrô na região metropolitana, dizendo que elas "atenderiam mais aos empreiteiros do que à população, ao estilo malufista".
Os tucanos capixabas, liderados pelo prefeito de Vitória, Luiz Paulo Vellozo Lucas, comandante da campanha de Colnago, são afinados com o PSDB paulista. Ex-integrante do governo FHC, Lucas foi coordenador da campanha de José Serra a presidente.
Colnago acha que as críticas estão tendo efeito. No intervalo de 12 dias entre as duas últimas pesquisas do Ibope, a diferença caiu de 25 para 17 pontos percentuais.
Coser se mantém tranqüilo, apesar de a diferença ter caído oito pontos. Segundo ele, sua vantagem se deve ao que ele chama de "propostas de médio prazo para a cidade do futuro, mais moderna", com obras de maior impacto. "Vamos mesclar o cotidiano com o futuro", disse o petista.
Seria esse o motivo do ataque. Para Coser, o PSDB "se nega a pensar no futuro", preferindo administrar "apenas cuidando dos jardins e das praças". E concluiu: "Para eles, metrô é um detalhe. A população se cansou disso".
Mas o petista diz manter a preocupação com a desigualdade social na cidade. Disse que as duas coisas vão caminhar juntas.
Uma eventual vitória de Coser significará o reerguimento do PT no Espírito Santo. Há sete anos, quando governava o Estado, Vitor Buaiz deixou o partido por causa de uma disputa interna no PT, o que trouxe prejuízos eleitorais à legenda. O PT era contra as privatizações e demissões encaminhadas por Buaiz. Coser fazia parte daquele "PT do contra".


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