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Testemunha em processo sobre Toninho do PT é solta
Anderson Gonçalves fora detido por falso testemunho
MAURÍCIO SIMIONATO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CAMPINAS
O sushiman Anderson Gonçalves -testemunha no processo que apura a morte do prefeito de Campinas (SP) Antonio da Costa Santos, o Toninho
do PT- foi solto na noite da última sexta-feira após ficar duas
horas e meia preso.
Ele só foi liberado porque admitiu ter mentido ao acusar petistas de Amparo (130 km de
SP) de o terem dopado em
2002. Ele havia sido preso por
prestar falso testemunho.
Gonçalves havia declarado ao
Ministério Público ter sido dopado a pedido do ex-funcionário da Prefeitura de Amparo,
Nilton Amâncio, para que ele
não prestasse depoimento no
processo do caso Toninho.
Toninho foi assassinado em
2001 quando saía de um shopping de Campinas. O processo
sobre o crime está em fase final.
Em 2003, Gonçalves relatou
à Justiça ter presenciado três
reuniões em um bingo nas
quais teria sido tramado o assassinato.
O sushiman foi preso na tarde de sexta a pedido do Ministério Público de Amparo por
falso testemunho, em um processo que apura eventual envolvimento de funcionários
municipais na suposta dopagem.
O promotor André Luiz Bogato Cunha afirmou ter conseguido provas de que a versão de
Gonçalves é mentirosa e pediu
a sua prisão após depoimento.
"O crime de falso testemunho permite a retratação. A
partir do momento em que ele
decidiu retornar ao Ministério
Público e admitir que mentiu, a
penalidade foi extinta", disse
Cunha.
De acordo com o promotor, o
sushiman admitiu que não foi
dopado na ocasião, mas que, na
verdade, teve uma crise renal e
tomou um analgésico.
"Ele demonstrou ter uma
personalidade fantasiosa. Caiu
a máscara dele. Se ele foi capaz
de mentir sobre esse caso [de
Amparo], obviamente pode ter
criado também a história sobre
as reuniões no bingo", declarou
Cunha.
Gonçalves passou a viver em
uma casa mantida por um programa de proteção a testemunhas após ter sido ouvido na
CPI dos Bingos, em Brasília, em
maio último. Na ocasião, ele
confirmou a versão sobre a
morte de Toninho.
O promotor encaminhou ontem um pedido para que Gonçalves seja excluído do programa de proteção a testemunhas.
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