São Paulo, segunda-feira, 30 de outubro de 2006

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Testemunha em processo sobre Toninho do PT é solta

Anderson Gonçalves fora detido por falso testemunho

MAURÍCIO SIMIONATO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CAMPINAS

O sushiman Anderson Gonçalves -testemunha no processo que apura a morte do prefeito de Campinas (SP) Antonio da Costa Santos, o Toninho do PT- foi solto na noite da última sexta-feira após ficar duas horas e meia preso.
Ele só foi liberado porque admitiu ter mentido ao acusar petistas de Amparo (130 km de SP) de o terem dopado em 2002. Ele havia sido preso por prestar falso testemunho.
Gonçalves havia declarado ao Ministério Público ter sido dopado a pedido do ex-funcionário da Prefeitura de Amparo, Nilton Amâncio, para que ele não prestasse depoimento no processo do caso Toninho.
Toninho foi assassinado em 2001 quando saía de um shopping de Campinas. O processo sobre o crime está em fase final.
Em 2003, Gonçalves relatou à Justiça ter presenciado três reuniões em um bingo nas quais teria sido tramado o assassinato.
O sushiman foi preso na tarde de sexta a pedido do Ministério Público de Amparo por falso testemunho, em um processo que apura eventual envolvimento de funcionários municipais na suposta dopagem.
O promotor André Luiz Bogato Cunha afirmou ter conseguido provas de que a versão de Gonçalves é mentirosa e pediu a sua prisão após depoimento.
"O crime de falso testemunho permite a retratação. A partir do momento em que ele decidiu retornar ao Ministério Público e admitir que mentiu, a penalidade foi extinta", disse Cunha.
De acordo com o promotor, o sushiman admitiu que não foi dopado na ocasião, mas que, na verdade, teve uma crise renal e tomou um analgésico.
"Ele demonstrou ter uma personalidade fantasiosa. Caiu a máscara dele. Se ele foi capaz de mentir sobre esse caso [de Amparo], obviamente pode ter criado também a história sobre as reuniões no bingo", declarou Cunha.
Gonçalves passou a viver em uma casa mantida por um programa de proteção a testemunhas após ter sido ouvido na CPI dos Bingos, em Brasília, em maio último. Na ocasião, ele confirmou a versão sobre a morte de Toninho.
O promotor encaminhou ontem um pedido para que Gonçalves seja excluído do programa de proteção a testemunhas.


Texto Anterior: Júri absolve acusado de matar missionário
Próximo Texto: Listas do TSE indicam rejeição a candidatos de nomes esdrúxulos
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.