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TSE cassa eleito em Londrina e apoiadores fazem protesto
Tribunal anulou candidatura de Belinati, que teve contas de seu 3º mandato rejeitadas
Decisão do TSE foi tomada anteontem, após vitória de Belinati em 2º turno; títulos de eleitores e Constituição foram queimados no ato
JOSÉ MASCHIO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM LONDRINA
Apoiadores do prefeito eleito
de Londrina (379 km de Curitiba), Antonio Belinati (PP), protestaram ontem contra a decisão do TSE (Tribunal Superior
Eleitoral) de cassar a candidatura dele. A decisão tomada anteontem pelo TSE anula a vitória de Belinati em segundo turno, quando conquistou 51,73%
dos votos válidos.
Os protestos contra a decisão
do TSE se concentraram no
centro de Londrina e na zona
norte, reduto eleitoral de Belinati. No centro, manifestantes
bateram panelas e latas e gritaram palavras de ordem contra a
Justiça Eleitoral na frente do
fórum eleitoral, da prefeitura e
da Câmara Municipal.
Alguns manifestantes queimaram exemplares da Constituição Federal e títulos eleitorais. A Polícia Militar acompanhou o protesto e estimou em
cerca de 350 pessoas o número
de participantes.
Rejeição
Presidente do PP no Paraná,
o deputado federal Ricardo
Barros disse que a decisão é
"esdrúxula" e "será revertida
no STF [Supremo Tribunal Federal]". De acordo com Barros,
os advogados da candidatura
Belinati irão ingressar hoje
com recurso no TSE.
Belinati teve sua candidatura
impugnada pela rejeição de
suas contas em 1999, quando
cumpria seu terceiro mandato.
""O TSE não considerou a
suspensão dessa rejeição pelo
Tribunal de Contas e isso é um
absurdo que será reformado
pelo STF", disse Barros.
Após a impugnação determinada pelo TSE, cabe agora à
Justiça Eleitoral de Londrina
decidir se haverá nova eleição,
se será empossado o segundo
colocado -Luiz Carlos Hauly,
do PSDB- ou se haverá novo
segundo turno entre o segundo
e o terceiro colocado. A Justiça
ainda não se manifestou.
O promotor eleitoral de Londrina, Miguel Sogaiar, autor do
pedido de impugnação de Belinati, disse que defende a realização de um novo pleito eleitoral, já que impugnação da candidatura de Belinati não pode
retirar de seu partido o direito
de indicar um novo candidato.
Em 2000, Belinati teve o
mandato cassado pela Câmara
Municipal de Londrina sob a
acusação de desviar mais de
R$ 100 milhões dos cofres municipais e de usar indevidamente recursos públicos para
sua promoção pessoal. O prefeito eleito nega as acusações.
Ainda assim, Belinati conseguiu anular a suspensão de seus
direitos políticos e disputou a
Prefeitura de Londrina, em
2004, chegando ao segundo
turno com o candidato à reeleição Nedson Micheletti (PT),
mas perdeu a eleição.
Em 2006, ele foi eleito deputado estadual e tentava voltar
pela quarta vez à chefia do Executivo municipal de Londrina.
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