São Paulo, quinta-feira, 30 de outubro de 2008

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NELSON DE SÁ - nelsondesa@folhasp.com.br

1% vs. 13,75%

O banco central americano foi "agressivo", segundo a manchete on-line do "New York Times", e cortou os juros para 1%, "empatando com a taxa mais baixa das últimas décadas", na manchete on-line do "Financial Times". A Reuters avisou que o corte deve ser ecoado pelos bancos centrais de Japão, Inglaterra e União Européia até o fim da semana que vem.
Por aqui, ao longo do dia, a Bloomberg até avisou que as ações estavam em alta pela "especulação de que o Banco Central não vai alterar sua taxa". E assim foi, depois de não pouco suspense. Na manchete do UOL, "Copom mantém taxa de juros em 13,75%". Mas nada de cortar, como o resto do mundo.

NOVA ORDEM CHINESA
Antes mesmo do Fed, às 10h no Brasil, o site do "China Daily" anunciou que o banco central chinês havia cortado os juros para "estimular o crescimento".
E a China quer mais, na reportagem da AP postada por "NYT" e outros: "Quer mais voz na nova ordem financeira global que vai emergir da crise atual".
Artigo no mesmo "China Daily", ontem em papel, com repercussão por BBC e outros, cobrou "papel mais ativo" para o país. Um dos maiores credores dos EUA, a China chegou a ser vetada na cúpula sobre a crise, dia 15. Mas Lula teria vencido a resistência americana.

NOVA ORDEM BRASILEIRA
Há duas semanas o "El País" destaca, nas suas capas, a revolta da Espanha por não ter sido chamada à cúpula do dia 15. Ontem, curiosamente, o primeiro-ministro "espera convencer o presidente Lula para que o convide, depois da recusa dos EUA". É o Brasil que preside o G20 financeiro, instituição que organiza o encontro.
Mais importante, quanto à inédita credibilidade do país na nova ordem, o Fed anunciou a linha de dólares para o Brasil -ontem no topo das buscas no Google News e, após a confirmação do BC, nos sites daqui.

AOS BANCOS CENTRAIS
A decisão do Fed ontem foi precedida por texto de George Soros, no "FT", dizendo que os esforços de suporte aos emergentes não poderiam se limitar ao FMI. Deveriam abranger "amplas linhas de swap cambial dos bancos centrais [dos países ricos] aos bancos centrais de países que se qualificarem". Cita, "por exemplo, o Brasil".
Aliás, refere-se sem parar ao país. E às linhas, sabe-se agora, que foram acordadas na semana passada.

AOS BANCOS
A decisão do Fed também foi precedida por despacho da Bloomberg, de Nova York, sob o título "Unibanco cobra que Brasil conceda dinheiro aos bancos", quer dizer, moeda externa para que voltem a financiar o comércio.

DERIVATIVOS, O FIM?
Ontem em manchete, o "Valor" de papel garantiu que "as empresas brasileiras já desmontaram a maior parte das posições especulativas em dólar no mercado interno".

O SOBERANO
O Radar On-line, ontem às 20h, sob o título "O Fundo Soberano começa a nascer", deu que "a oposição armou obstrução, mas nem ela acredita que conseguirá derrotar o governo" no projeto de criação do fundo.

O INVESTIMENTO
No topo das buscas no Yahoo News, a Bloomberg deu que "Investidores planejam a primeira refinaria brasileira não ligada à Petrobras em cinco décadas". Com recursos britânicos, espanhóis e de fundos soberanos de três países do Golfo, a refinaria deve tomar cerca de US$ 3 bilhões. Já teria aprovação do "regulador brasileiro" e a garantia de apoio fiscal do governo de Sergipe.

ETANOL SEM FIM
washingtonpost.com
O "Washington Post" voltou a dar o Brasil (acima) por modelo ao etanol americano. Do Texas à Califórnia, já se produz cana para uma usina americana, por enquanto única, de etanol. E o acordo de ambos para a produção global continua


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@ - Nelson de Sá



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