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PF prende autoridades ambientais do Ceará
Grupo é suspeito de conceder licenças irregulares
KAMILA FERNANDES
DA AGÊNCIA FOLHA, EM FORTALEZA
As principais autoridades da
fiscalização ambiental no Ceará foram presas ontem pela Polícia Federal: o superintendente do Ibama no Estado, Raimundo Bonfim, o superintendente da Semace (Superintendência Estadual do Meio Ambiente), Herbert Vasconcelos, a
secretária municipal de Meio
Ambiente, Daniela Valente, e o
chefe de fiscalização do Ibama
em Aracati, Antônio Rebouças.
A Operação Marambaia realizou ainda 14 mandados de
busca e apreensão nos três órgãos públicos, nas casas dos envolvidos e em empresas, por ordem da Justiça Federal.
Os quatro tiveram a prisão
temporária decretada sob suspeita de prevaricação, tráfico
de influência, corrupção e quebra do sigilo funcional.
Segundo o superintendente
da PF no Estado, Aldair da Rocha, há provas de que o grupo
formava um "conluio" envolvendo as três esferas de licenciamento ambiental no Ceará
para conceder liberações irregulares e até para mentir quando argüidos pelos Ministérios
Públicos Federal e Estadual,
em casos sob investigação.
As licenças se referiam a empreendimentos imobiliários no
litoral e no interior.
Rocha não quis informar
quais são esses empreendimentos porque o processo está
sob segredo de Justiça, mas disse que se trata de empresas nacionais e estrangeiras.
As investigações começaram
em maio do ano passado, por
indícios de irregularidades no
escritório do Ibama em Aracati.
Interceptações telefônicas
autorizadas pela Justiça comprovaram, segundo Rocha, que
pelo menos Vasconcelos e Valente mantêm ligações com escritórios de consultoria arquitetônica que intermediavam as
negociações irregulares para
concessões de licenças.
O superintendente do Ibama
e o chefe do escritório do órgão
em Aracati são ligados ao PT,
assim como a secretária de
Meio Ambiente de Fortaleza.
Já o superintendente da Semace é antigo aliado do governador do Ceará, Cid Gomes (PSB).
Os responsáveis responderão também pelos danos ambientais causados pelas irregularidades, diz Rocha.
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