|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Governadores eleitos gastaram R$ 207 mi
Campanha mais cara foi a de José Serra, em SP, com R$ 26 mi; Ottomar Pinto foi o que menos gastou, com R$ 1,9 mi, em Roraima
Nestas eleições candidatos eleitos gastaram cerca de R$ 45 mi a mais que em 2002; especialista vê aumento na transparência das contas
FRANCISCO FIGUEIREDO
THIAGO REIS
DA AGÊNCIA FOLHA
Os 27 candidatos ao governo
que saíram vitoriosos das urnas
nestas eleições declararam juntos um gasto de R$ 206,7 milhões. Neste ano, diferentemente de 2002, todas as campanhas foram milionárias.
Tanto a campanha mais cara
quanto a mais barata foram de
governadores do PSDB. José
Serra, em São Paulo, foi o que
mais gastou. O governador eleito teve uma despesa declarada
de R$ 25,9 milhões. Já o governador reeleito de Roraima, Ottomar Pinto, teve uma despesa
de R$ 1,9 milhão -a menor entre todas as campanhas.
A soma dos gastos dos 27 governantes equivale a praticamente o dobro gasto pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva
(PT): R$ 104,3 milhões.
Apesar da minirreforma eleitoral, que proibiu showmícios e
outdoors com o objetivo de baratear as campanhas, os gastos
declarados subiram em relação
à eleição de 2002.
Em 2002, o custo total declarado das campanhas para os governos estaduais ultrapassou
R$ 160 milhões -já descontada
a inflação do período, medida
pelo IPCA. Ou seja, nestas eleições foram gastos cerca de
R$ 45 milhões a mais pelos governadores eleitos. Na eleição
passada, duas campanhas tiveram gastos inferiores a R$ 1 milhão: Piauí e Amapá.
Para o especialista em direito
eleitoral Alberto Rollo, presidente do Instituto de Direito
Político, Eleitoral e Administrativo, os gastos não aumentaram, como sugerem os números. "As despesas diminuíram.
Só que as contas estão mais
transparentes." Segundo ele, a
minirreforma fez com que os
candidatos entregassem declarações "mais redondas", pois as
contas foram "mais vigiadas".
Voto caro
O voto mais caro foi o do governador reeleito de Tocantins,
Marcelo Miranda: R$ 20,24.
Entre os vitoriosos no segundo
turno, o primeiro lugar ficou
com o governador reeleito de
Goiás, Alcides Rodrigues (PP):
cada voto custou R$ 10,3.
Em relação aos doadores dos
candidatos eleitos pela primeira vez, há curiosidades neste
segundo turno. A declaração do
governador Jackson Lago
(PDT-MA), por exemplo, traz
como um dos maiores doadores uma unidade de saúde: o
"Hospital São Domingos Ltda"
doou R$ 300 mil a ele.
A construtora OAS, que aparece como uma das principais
doadoras da campanha do presidente Lula, doou R$ 800 mil à
campanha do governador eleito do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB), e R$ 300 mil a
Eduardo Campos (PSB), governador eleito de Pernambuco.
Alguns setores da economia
local dos Estados se destacam
na doação aos reeleitos no segundo turno, a exemplo do verificado no primeiro turno.
Em Goiás, o setor sucroalcooleiro -que nos últimos
anos cresceu mais que a soja no
Estado- doou cerca de meio
milhão a Alcides Rodrigues.
Em Santa Catarina, a Santinho Empreendimentos Turísticos doou R$ 100 mil a Luiz
Henrique. Foi no Costão do
Santinho que, há duas semanas, o governador eleito convidou seus colegas peemedebistas eleitos a discutir a adesão
em bloco ao presidente Lula
em seu segundo mandato.
Texto Anterior: Cobertura faz repórter figurar entre doadores Próximo Texto: Reeleição de governadores custa R$ 109 mi Índice
|